Número de crianças que sofrem com obesidade salta em todo o mundo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de maio de 2018 às 12:46
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:42
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O aumento do número de crianças acima do peso em todo o mundo é alarmante e põe em risco a saúde dos pequenos

A ABESO (associação Brasileira
para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) publicou em sua revista de
março-abril um artigo sobre obesidade infantil, escrito pela pediatra Denise
Lellis.

Segundo a OMS e o UNICEF, em 2014 o número de crianças menores de cinco
anos com excesso de peso no mundo pulou de 31 milhões em 1990 para 42 milhões
em 2014, com estimativa de atingir 72 milhões em 2025.

Há maior prevalência de
excesso de peso em crianças e adolescentes em países desenvolvidos, entretanto,
o aumento é 30% maior em países em desenvolvimento. Sabe-se que 60 a 80% das
variações de composição corporal podem ser determinadas pela genética e que
existem mais de 300 genes envolvidos no controle de peso. Entretanto, somente
em raras situações, a predisposição genética leva à obesidade na ausência de
ambiente obesogênico. Lembrando que a obesidade na infância está fortemente
relacionada ao excesso de peso na vida adulta.

Alguns fatores acabam por
contribuir para o aumento de peso ainda na infância:

Período Gestacional – importância do pré-natal

Inúmeras evidências confirmam a relação entre o aumento do IMC materno,
ganho excessivo de peso durante a gestação, má alimentação materna e a diabetes
gestacional com maior risco de obesidade infantil.

Aleitamento materno

O ato de amamentar e o tempo de amamentação exclusiva é inversamente
relacionada a altas taxas de ganho de peso durante a infância e ao risco de
obesidade em pré-escolares. O ganho de peso rápido nos primeiros meses de vida
está associado ao maior risco de obesidade infantil. E este ganho excessivo
pode estar associado à introdução precoce de alimentos complementares. A OMS
preconiza a introdução de alimentos complementares a partir de seis meses de
idade.

Preocupação com a quantidade e qualidade dos
alimentos

Crianças que têm maior acesso e consumo de frutas e vegetais apresentam
composição corporal mais saudável. Inúmeras evidências correlacionam o consumo
de sucos e bebidas açucaradas com excesso de peso infantil. É desaconselhado a
introdução de suco natural para bebês até um ano. Dê preferência à fruta in
natura. Limitar o consumo de bebida açucarada e até suco de fruta natural na adolescência.

Práticas inadequadas dos pais

Desatenção dos pais quanto aos sinais de fome e saciedade tem sido
relacionado à superalimentação infantil e excesso de peso em bebês e crianças.
Usar a mamadeira para acalmar o bebê, oferecer comida como recompensa ou
punição, ou a restrição excessiva para perda de peso podem ter efeito negativo
levando à obesidade e comportamento alimentar inadequado. Alimentação é 100%
comportamento.

Sedentarismo e excesso de “telas”

O Consenso da Academia Americana de Pediatria recomenda que crianças de
dois anos ou menos não sejam expostas a telas e que crianças com mais de dois
anos não devem ser expostas por mais de uma a duas horas ao dia. Pesquisas
mostram que aos três meses de idade aproximadamente 40% dos bebês assistem
regularmente a vídeos, DVDs ou televisão e que 90% das crianças menores de dois
anos assistem à televisão diariamente. O tempo de tela está associado ao
excesso de peso, obesidade e à adiposidade em crianças pequenas e
pré-escolares.

A academia Americana de Pediatria recomenda 60 minutos diários de
atividade física moderada a vigorosa para prevenir a obesidade, adequadas à
faixa etária e preferência da criança.

Importância do sono

Estudos sugerem que dormir pouco está associado à obesidade infantil.
Crianças que dormem pouco podem ter menos disposição para a prática esportiva.

Importância em fazer refeições em família

Crianças que fazem refeições regularmente em família têm menor riscos de
sobrepeso e obesidade. Crianças que comem fora de casa frequentemente consomem
mais fast foods e alimentos ricos em gordura, açúcar e sal.

Atitudes positivas:

– Resgatar o ato de cozinhar e inserir as crianças no preparo dos
alimentos;

– Levar as crianças para feiras livres ou hortifruti para conhecer e
experimentar novos alimentos (ex: frutas);

– Incentivar o prato colorido, diversidade dos grupos alimentares,
variedade de alimentos;

– Atenção à qualidade e quantidade dos alimentos oferecidos. Porcione as
refeições;

– Não oferecer sucos de frutas, incentivar o consumo da fruta in natura;

– Estimular o aleitamento materno ;

– Introduzir alimentação complementar a partir do sexto mês com
orientação profissional;

– Estimular o preparo de “lancheira saudável” na escola com preparo de:
bolo caseiro, sanduíche, iogurte, frutas, biscoitos caseiros. Evitando
alimentos ricos em gorduras, açúcar e sódio;

– Evite distrações como assistir TV ou DVD no momento da refeição;

– Descasque mais e desembale menos.


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