Número de brasileiros que usam dinheiro para pagar contas diminui

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de julho de 2018 às 19:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:52
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Em 2013, o dinheiro era usado com maior frequência por 78% dos entrevistados, contra 60% em 2018

A maior parte dos brasileiros
ainda prefere pagar suas compras com dinheiro, mas o uso dessa forma de
pagamento vem caindo nos últimos anos, aponta pesquisa divulgada pelo Banco Central
nesta quinta-feira, 19 de julho.

De acordo com o estudo, 60% dos entrevistados
responderam que o dinheiro é a forma de pagamento utilizada com maior
frequência. Na pesquisa anterior, divulgada pelo BC em 2013, esse índice era de
78%

O BC informou ainda que 4% dos
entrevistados neste ano disseram que nunca usam dinheiro ou moedas para pagar
compras. Em 2013, 100% disseram que o dinheiro era uma das formas utilizadas.

Já a preferência pelo cartão de débito e de crédito
aumentou: passou de 9% para 22%, no caso do cartão de débito; e de 12% para
15%, no caso do cartão de crédito.

A pesquisa de 2018 do BC foi feita no mês de abril e
ouviu 2 mil pessoas, sendo mil dos entrevistados da população em geral e os
outros mil entre funcionários do comércio e de estabelecimentos de serviço que
trabalham como caixa.

Valor das compras

O uso de dinheiro, cartão de
crédito e cartão de débito varia de acordo com o valor das compras. Naquelas de
até R$ 10, 88% dos entrevistados costumam usar dinheiro, 9% cartão de débito e
2% crédito.

Em compras acima de R$ 500, o crédito é a forma mais
utilizada (43%). Outros 18% disseram preferir cartão de débito e, 31%, o
dinheiro.

Salário

Segundo o chefe adjunto do
departamento do meio circulante do BC, Fábio Bollmann, chama a atenção na
pesquisa o índice de brasileiros que ainda recebem o salário mensal em
dinheiro.

De acordo com o levantamento, 29% dos entrevistados
disseram receber o salário em dinheiro. A maioria, 48%, recebe em depósito em
conta corrente, poupança ou conta salário. Já 0,4% afirma receber em cheque e
22% disseram não ter renda.

Na pesquisa anterior, 51% dos entrevistados recebiam o
salário em dinheiro e 29% em depósito.

Comércio

No comércio, o dinheiro também
é a forma de pagamento mais frequente (52%), seguida pelo cartão de crédito
(31%) e pelo cartão de débito (15%).

O uso de cartão de débito foi o que mais cresceu no
comércio nos últimos 5 anos. Em 2013 era de 4%.

De acordo com o BC, os pagamentos em dinheiro
representam atualmente 50% do faturamento do comércio, contra 55% em 2013.

O cartão de débito aumentou de 14% para 20% sua fatia no
fluxo de caixa dos estabelecimentos. Já o uso de cheques diminuiu 2 pontos
porcentuais, passando para apenas 1%. As vendas feitas em cartão de crédito
ficaram estáveis no período, com 25%.

Notas falsas

Nos últimos 5 anos caiu o
número de pessoas que já recebeu notas falsas: passou de 28%, em 2013, para
23%, em 2018.

A pesquisa alerta que, mesmo para notas de maior valor,
grande parte da população não verifica se o dinheiro é falso ou verdadeiro.

Segundo
o BC, 39% dos entrevistados disseram que nunca verificam se as notas de R$ 50
são falsas e 38% afirmaram não verificar se as notas de R$ 100 que recebem são
verdadeiras ou não.

Quando
verificam, a marca-d’água é o item de segurança mais conhecido, seguido pelo
fio de segurança e pela textura do papel moeda.

No
comércio, 47% dos entrevistados disseram que já receberam nota falsa e a
textura do papel é o item mais usado para verificar a veracidade da cédula,
seguida pela cor.

Entre os
comerciantes, o porcentual de pessoas que verificaram se as notas são
verdadeiras ou falsas também é maior do que entre a população de forma geral.

Segundo
a pesquisa, apenas 12% dos entrevistados afirmaram que nunca verificam se as
notas de R$ 50 são verdadeiras ou falsas e apenas 11% deixam de checar as notas
de R$ 100.

Moedas

Um em cada quatro brasileiros
disseram guardar moedas em casa ou no trabalho. Segundo a pesquisa do BC, 26%
dos entrevistados guardam moedas, 54% carregam moedas na carteira e 10% deixam
no carro para pequenos pagamentos e doações.

Segundo Bollmann, o Brasil tem cerca de 8 bilhões de
moedas fora de circulação, ou seja, perdidas ou guardadas.

De
acordo com a pesquisa do BC, 59% dos entrevistados afirmaram que guardam as
moedas por até um mês; 21% entre um mês e seis meses; 12% entre seis meses e um
ano; e 7% por mais de um ano.


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