Novo exame de sangue detecta mais de 50 tipos de câncer com antecedência

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de abril de 2020 às 20:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:35
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Teste analisa as alterações do DNA do paciente e revela qual é o tipo de tumor e onde ele se originou

Pesquisadores norte-americanos desenvolveram um novo tipo de exame de sangue que identifica mais de 50 tipos de câncer e a localização dos tumores no corpo humano. 

Segundo os especialistas — vinculados ao Dana-Farber Cancer Institute, da Universidade Harvard, e à Clinica Mayo, ambos nos Estados Unidos —, o teste pode inclusive desempenhar um papel fundamental na detecção precoce da doença.

Em um artigo publicado na revista científica Annals of Oncology, a os cientistas revelam que o procedimento usa o sequenciamento para analisar alterações químicas nos chamados grupos metil do DNA das células cancerígenas. 

Com isso, os pesquisadores conseguem avaliar se os genes cancerígenos estão ativos ou inativos.

Os autores usaram o teste para analisar o DNA de 6.689 amostras de sangue, sendo que 2.482 eram de pessoas diagnosticadas com câncer e 4.207 de indivíduos saudáveis.

O resultado das amostras de pacientes com câncer apresentaram mais de 50 tipos de tumores, incluindo de mama, colo-retal, esôfago, vesícula biliar, bexiga, gástrico, ovário, cabeça e pescoço, pulmão, leucemia linfoide, mieloma múltiplo e pâncreas.

A precisão dos teste foi de 99,3%, o que significa que apenas 0,7% dos resultados indicaram incorretamente que o câncer estava presente. 

Quando o câncer foi detectado, o exame acertou o órgão ou tecido onde o câncer se originou em 90% das vezes — informação essencial para entender como a doença pode ser diagnosticada e tratada, de acordo com os cientistas.

“Nossos resultados mostram que essa abordagem pode identificar uma ampla gama de tipos de câncer em praticamente qualquer estágio da doença, com especificidade e sensibilidade próximas ao nível necessário para a triagem em nível populacional”, observou Geoffrey Oxnard, um dos autores do estudo.

“O teste pode ser uma parte importante dos ensaios clínicos para a detecção precoce”.


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