Novo estudo europeu diz que grupo sanguíneo “A” aumenta risco de Covid-19

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de junho de 2020 às 18:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:52
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O trabalho foi desenvolvido por médicos de sete hospitais italianos e espanhóis, que trabalham em UTIs

​Um estudo apontou que pessoas do tipo sanguíneo “A” tem 50% mais chances de necessitar de ajuda respiratória ao ser infectado pelo no coronavírus. 

Já as do tipo “O” tem 35% menos riscos, conforme publicação na revista norte-americana New England Journal of Medicine.

O trabalho foi desenvolvido por médicos de sete hospitais italianos e espanhóis, que trabalham em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). 

Os profissionais constataram que o grupo sanguíneo é um dos agentes que pode agravar o estado de infecção causado pelo vírus.

Quase 2 mil pacientes hospitalizadas nas UTIs com Covid-19 foram comparadas com 2.205 pessoas sem a doença. 

Após a confrontação, os médicos notaram que o grupo sanguíneo pode ser um fator que aumenta ou diminui as possibilidades de agravamento no estado de saúde.

Obteve-se em menos de dois meses de toda a informação necessária para avaliar os resultados e compará-los com um grupo de controle de 2.205 indivíduos saudáveis. 

Assim, identificou-se uma maior frequência de 26 variantes genéticas nos pacientes afetados por insuficiência respiratória em comparação com o grupo controle não infectado, e duas delas em particular, localizadas nos cromossomos 3 e 9, mostraram uma potente associação com a gravidade”, explicam os autores.

“Os resultados deste estudo permitem avançar na identificação dos pacientes de maior risco que necessitarão de internação em UTI, assim como conhecer melhor a fisiopatologia da doença mediante a identificação destes genes implicados”, explica Ricard Ferrer, presidente da Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva, Crítica e Unidades Coronárias (SEMICYUC).

As outras unidades de saúde que participaram do trabalho são a Clínic (Barcelona), o Universitário Ramón y Cajal (Madri) e o Universitário de Donostia (San Sebastián).

Investigações anteriores haviam indicado que fatores como a idade e doenças crônicas como diabetes e hipertensão, assim como a obesidade, aumentam o risco de desenvolver casos graves de covid-19. 

Entretanto, esse estudo demonstra a possibilidade de identificar pessoas mais vulneráveis ao desenvolvimento de doença grave com insuficiência pulmonar por causa do coronavírus, segundo suas características genéticas.

“Isso possibilita identificar grupos de risco que necessitem de proteção especial e desenvolver tratamentos personalizados”, disse em nota o Ministério da Ciência da Espanha.

Este estudo europeu colaborativo foi o primeiro a identificar fatores genéticos que aumentam o risco de desenvolver insuficiência respiratória em pacientes com Covid-19.

Entretanto, não é o único a investigar nesta linha, já que existem diferentes consórcios internacionais cujo objetivo é identificar características genéticas de risco da Covid-19. 

“Desta maneira, futuros estudos permitirão aprofundar estes resultados”, completa o ministério.


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