Novo beato da Igreja Católica, Padre Donizete estudou em Franca

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de abril de 2019 às 12:11
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:29
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Em Franca, Padre Donizetti fez o Ensino Fundamental e começou a aprender música

​Na audiência ao prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, o Papa Francisco reconheceu um milagre atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus, padre Donizetti Tavares de Lima.

Com esse reconhecimento, o Brasil tem agora um novo Bem-aventurado: Beato Padre Donizetti.

Padre Donizetti, como é mais conhecido, foi um sacerdote diocesano brasileiro nascido a 03 de janeiro de 1882 na cidade mineira de Cássia e falecido na cidade paulista de Tambaú, em 16 de junho de 1961. 

Em 04 de julho de 2014, a Gaudium Press publicou uma matéria sobre o Beato Padre Donizetti. Dela transcrevemos tópicos:

Os pais de Donizetti Tavares de Lima era um dos nove filhos de Tristão Tavares de Lima e Francisca Cândida Tavares de Lima.

Quando Donizetti tinha apenas quatro anos de idade, sua família mudou-se para Franca-SP, onde ele fez o Ensino Fundamental e começou a aprender música.

Aos 15 anos de idade, entrou no Preparatório para o Seminário Episcopal de São Paulo e, depois de três anos, cursou o Colégio em Sorocaba, voltando no ano de 1900 para o Seminário.

No dia 12 de julho de 1908, após a conclusão da Filosofia e da Teologia, foi ordenado Sacerdote em Pouso Alegre (MG).

Passou por várias Paróquias, entre elas a de São Caetano, em Pouso Alegre; a de Santa Maria, de Jaguariúna; Sant’Ana, em Vargem Grande do Sul, até ser nomeado pároco da Paróquia Santo Antônio, em Tambaú (SP), no dia 24 de maio de 1926, aonde chegou no dia 12 de junho do mesmo ano, como seu sexto pároco.

Em Tambaú, padre Donizetti trabalhou por 35 anos, ou seja, até o dia 16 de junho de 1961, data em que faleceu aos 79 anos de idade, na mesma cidade onde se notabilizou com fama de santidade.

Padre Donizetti “tinha vida austera. (…) Sua aspiração era servir a Deus sobre todas as coisas. Tinha total zelo pelas crianças e idosos, mas acolhia a todos sem distinção, escreveu osé Wagner Azevedo, no livro “Pe. Donizetti de Tambaú”.

Ainda hoje em Tambaú as suas obras sociais continuam sendo testemunhas de seu zelo social.

A par de uma grande devoção Eucarística que ele incentivava com instância, Padre Donizetti tinha uma entranhada e filial devoção a Nossa Senhora Aparecida.

Tornou-se famoso pelos milagres alcançados por sua intercessão.

Milhares de peregrinos que iam receber sua bênção faziam com que a cidade ficasse transbordante de fiéis. 

Fiéis de todo o Brasil puderam atestar os vários sinais miraculosos acontecidos aos olhos da multidão que acorria àquela cidade para receber a bênção do Pároco que já possuía fama de santidade.

Os fatos extraordinários foram inúmeros e, após sua morte, esses fatos miraculosos continuaram e são atestados pela “sala dos milagres” onde os ex-votos são abundantes.

Após o seu falecimento até nos dias de hoje curas e milagres continuam acontecendo: são muitos relatos de curas de tambauenses e romeiros que estão registrados para serem investigados pelas instâncias competentes a distinguirem os reais milagres de outros favores divinos operados por Deus pela intercessão do padre mineiro, que muito atuou nesse interior de São Paulo.

Em vista de sua vida dedicada à missão e evangelização na simplicidade e austeridade de cada dia, em maio de 1991 foi solicitada a abertura do processo de Beatificação do padre Donizetti através da Câmara Municipal de Tambaú, juntamente à Diocese de São João da Boa Vista, e, em 21 de fevereiro de 1992, o processo foi aberto oficialmente em nível Diocesano.

No dia 02 de dezembro de 1996, a Congregação das Causas dos Santos, da Santa Sé, após minucioso estudo da documentação enviada pela Diocese de São João da Boa Vista, conferiu ao padre Donizetti o título de Servo de Deus.

No ano seguinte, 1997, a Diocese constituiu o primeiro Tribunal para trabalhar, reunindo nova documentação para a causa da Beatificação, etapa anterior à canonização.

Após dezessete anos de pesquisa e trabalho, a primeira etapa foi finalizada e o encerramento da fase Diocesana foi realizado em Cerimônia Pública, e em 8 de maio de 2009 foram exumados os restos mortais do padre Donizetti, segundo exigência da Santa Sé. 

No dia 16 do mesmo mês, às 17 horas, iniciou-se o cortejo com os restos mortais do saudoso sacerdote, que percorreu as ruas de Tambaú acompanhado por grande multidão.

Às 18 horas desse histórico dia 16 de maio, o atual Bispo da Diocese de São João da Boa Vista celebrou a Missa na esplanada do Santuário Nossa Senhora Aparecida para milhares de fiéis entre tambauenses e romeiros. 

Terminada a celebração eucarística, foi instalado o Tribunal Eclesiástico para o ato jurídico de encerramento do processo de beatificação.

No dia 14 de setembro de 2009, o Processo de Beatificação foi entregue na Congregação das Causas dos Santos e, em 29 de outubro de 2010, essa mesma Congregação enviou a Tambaú o Decreto de Validade do Processo.

Em 21 de janeiro de 2011, a Santa Sé nomeou o padre Simon, beneditino espanhol, para trabalhar na realização do próximo passo, chamado de “Positio” (parecer).

Ser Santo

“Para quem não crê em Deus nenhuma explicação é possível, para quem crê, nenhuma explicação é necessária”, dizia o Beato Donizetti.

Na matéria publicada pela Gaudium Press em 04-07-2014, o Cardeal Dom Orani João Tempesta, Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro, comentava:

“Ser santo é viver de acordo com a vontade de Deus, praticando as virtudes cristãs da fé, da esperança e da caridade em grau heroico, ou seja, acima da média.

Esse é o primeiro ponto: saber se o candidato a santo foi enormemente virtuoso em sua vida do dia a dia.

Para Padre Donizetti, além das curas físicas que muitos atestam terem alcançado com suas bênçãos sacerdotais, era necessário pensar na vida digna para as pessoas. 

Além das várias obras sociais, Padre Donizetti parecia levar muito a sério, em seus vários sentidos, o ensinamento de Santo Irineu de Lião, que diz:

“A glória de Deus é o homem vivo, ou seja, para que Deus seja realmente glorificado neste mundo é preciso que os seres humanos tenham o necessário para viver e caminhar continuamente na vida de conversão”.

(Com informações da Gaudium Press)


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