Nova droga ainda em testes pode curar tumor agressivo no cérebro

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de dezembro de 2018 às 20:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:16
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A necessidade de pesquisa sobre a doença é a inexistência de cura e os resultados dos tratamentos limitados

Uma nova droga tem potencial de curar pacientes de
um câncer cerebral agressivo: o glioblastoma. É o que indica uma pesquisa feita
no Sheba Medical Center, em Israel, e publicada no periódico científico
Fronties in Neurology.

A necessidade de pesquisa sobre a doença é a
inexistência de cura e os resultados dos tratamentos atuais são limitados. O
glioblastoma é o câncer primário mais mortal para o cérebro.

O que a ciência sabe sobre a doença é
que a trombina, um fator de coagulação sanguínea que é secretado por células do
tumor, e PAR1, um receptor ativado por protease (uma enzima que decompõe
proteínas e peptídeos), são partes dos tumores em si e responsáveis pela
progressão da doença. Chamada SIXAC, a droga composta por seis novos
aminoácidos inibe a ativação do PAR1.

Por enquanto, a droga só foi testa em
modelos do tumor em animais, mas se mostrou efetiva. Neles, ela desacelerou a
progressão da doença, sua multiplicação e habilidade de penetrar no tecido
cerebral. Em 10% dos animais, que tinham tumores malignos de alto grau, a droga
prolongou suas vidas e chegou a curá-los da doença.

Vale notar que o glioblastoma também
pode afetar a coluna vertebral, mas a pesquisa foi feita com foco no tumor
cerebral.

A expectativa dos pesquisadores é
analisar os seus resultados em humanos o mais breve possível. A SIXAC seria
implementada como um tratamento complementar à quimioterapia, com o objetivo de
prolongar e dar mais qualidade de vida aos pacientes da doença. Ainda assim,
apesar da promessa dos esforços dos pesquisadores, eles alertam que o sucesso
da nova droga dependerá não só dos avanços científicos, mas também de
financiamento.


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