No verão, doenças de pele são comuns e fazem procura por médicos subir até 20%

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  • Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 17:33
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:05
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Aumento da temperatura e da umidade cria um ambiente ideal para a infestação da pele por fungos

Que o verão é a estação mais aguardada do ano, todos já sabem, até pelas inúmeras possibilidades que as temperaturas altas e o sol escaldante proporcionam: época de curtir praias, piscina e as cachoeiras da região. Mas o que nem todos sabem é que nessa época as doenças de pele são mais comuns. “O calor forte e o aumento do suor favorecem o desenvolvimento de micro-organismos, como fungos e bactérias, facilitando o surgimento de infecções da pele”, explica a dermatologista Ana Paula Ferreira Calil. O resultado é o aumento na procura por um especialista. Em Franca, as consultas com dermatologistas aumentaram 20% no final do ano. “As micoses estão em primeiro lugar na lista de doenças de pele características do verão e são responsáveis por 50% das consultas médicas”, salienta Ana Paula. O aumento da temperatura e da umidade cria um ambiente ideal para a infestação da pele por fungos.

A herpes labial é um dos problemas mais comuns nesta época do ano

Além das micoses, a herpes labial também é comum. Infecção causada pelo Herpes simplex vírus, ela se caracteriza por coceira e ardência no local onde surgirão as lesões – aparecem pequenas bolhas agrupadas que depois se rompem liberando um líquido rico em vírus. “É a fase de maior risco de transmissão. Depois a ferida começa a secar, formando uma crosta. O processo todo dura de cinco a 10 dias”, explica Ana Paula, que completa: “Para prevenir a herpes é preciso evitar contato direto com as feridas se alguém estiver com uma infecção ativa, não compartilhando copos e utensílios de cozinha; não beijar ou falar muito próximo às elas; dormir pelo menos oito horas; e ter uma dieta saudável”, diz.

Larvas e fungos

Outra doença comum é o bicho geográfico. É causada por parasitas intestinais de cães e gatos que defecam na terra ou areia, deixando os ovos que se transformam em larvas e penetram na pele. Caracteriza-se por prurido, lesão em forma de túnel tortuoso, e pode ocorrer infecção secundária. Tem esse nome porque a larva anda pelo corpo, formando uma trilha num formato de mapa geográfico. Os locais mais afetados são pés, pernas e nádegas.

Sendo as crianças as mais atingidas, outro problema que se destaca no verão é o impetigo, infecção bacteriana da pele causada por germes estafilococos e estreptococos. Caracteriza-se pelo surgimento de vesículas e bolhas com pus na pele, que estouram formando erosões. “Podem ser várias pequenas lesões ou poucas que vão aumentando de tamanho. Atingem principalmente as áreas de dobra da pele”, explica a médica.

Em razão de praias e clubes, número de pessoas com micose cresce nesta estação

Ela cita ainda a pitiríase versicolor, uma micose causada por fungo que em algumas pessoas provoca manchas. “A doença é percebida poucos dias após a exposição da pele ao sol, porque nas áreas afetadas a pele não se bronzeia. Com o bronzeamento da pele ao redor, ficam perceptíveis as áreas mais claras”, esclarece. A tinea cruris ou tinea inguinal também é comum nesta época. Trata-se de uma micose que atinge a região da virilha e é causada pelo crescimento de fungos, provocado pelo uso prolongado de roupas de banho molhadas. “Ela se manifesta pela formação de manchas avermelhadas, úmidas ou descamativas, acompanhadas de coceira. Atingem a região da virilha, mas podem se alastrar até as nádegas e o abdômen”, diz a dermatologista, que reforça: “são várias as doenças que surgem nessa época do ano, mas com os cuidados certos é possível aproveitar o verão e passar ileso por ele”, diz.