Musculação é melhor que exercício aeróbico para o coração, mostra estudo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 21:21
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:14
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Exercícios que demandam mais força são melhores para a saúde cardíaca que atividades aeróbicas

Exercícios que
demandam mais força, como levantamento de peso e treinamento de resistência,
são melhores para a saúde
cardíaca do que as atividades aeróbicas, como natação,
bicicleta, corrida ou caminhada. A conclusão é de estudo realizado por
pesquisadores da Universidade St. George, em Granada.

Para chegar aos novos resultados, os pesquisadores
analisaram os dados de 4.086 pessoas
coletados através do Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição entre 2005 e
2006.

As informações
utilizadas revelaram a presença — ou ausência — de fatores de risco pra doenças
cardiovasculares, incluindo pressão alta, excesso de peso, colesterol alto e
diabetes, além de mostrar a frequência e tipo de atividade física realizada
(estática ou dinâmica) pelos participantes. Os cientistas ainda fizeram ajustes
para sexo, etnia, tabagismo e idade — item que determinou os grupos etários
envolvidos na pesquisa. 

A análise revelou que 36% dos participantes jovens
(entre 21 e 44 anos) optavam por treinos de resistência (como musculação ou funcional),
enquanto 28% preferiam treinos aeróbicos. Já no grupo mais velho (acima dos 45
anos), 25% praticavam a modalidade treinamentos de força contra 21% que faziam
exercícios mais dinâmicos.

Ao verificar os riscos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a equipe descobriu que
fazer qualquer tipo de  exercício reduzia de 30% a 70% a probabilidade
desses problemas. 

Mas os melhores resultados apareceram em indivíduos jovens
que tinham preferência por exercícios de resistência. “Um fato interessante é que ambas as modalidades são
quase tão populares entre pessoas jovens e mais velhas. Acredito que isso
permite aos médicos aconselharem seus pacientes mais velhos a frequentarem a
academia”, disse Maia P. Smith, uma das autoras do estudo.

Para
melhores resultados, os pesquisadores recomendam a combinação dos dois tipos de
atividade física. O Instituto Nacional do Envelhecimento dos Estados
Unidos (NIA, na sigla em inglês) faz recomendação semelhante, indicando outras
modalidades de exercício que melhoram a saúde geral, incluindo atividades de
equilíbrio e flexibilidade, como ioga e pilates.

Quando
combinados, esses exercícios proporcionam fortalecimento da musculatura,
melhoram a respiração e frequência cardíaca, reduzem risco de quedas e aumentam
a elasticidade do corpo, especialmente para pessoas acima dos 45 anos.

Atividades estáticas versus dinâmicas

Atividades estáticas são aquelas realizadas na mesma
posição, ou sejam a pessoa não sai do lugar, como flexões, levantamento de
peso, treinos de resistência (ou de força) e aparelhos de ginástica que
trabalham conjunto de músculos específicos, como membros inferiores e
superiores.

Já os dinâmicos exigem maior movimentação do corpo e
maior controle da respiração, a exemplo da caminhadas (mais ou menos intensas),
hidroginástica, corrida e ciclismo (leve ou moderado) e esportes como futebol,
vôlei, tênis, etc. Qualquer que seja a escolha, o importante é fazê-los
respeitando os limites do corpo para evitar prejuízos.

Quantidade de exercício

De
acordo com a Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), os
indivíduos adultos devem se exercitar pelo menos 150 minutos
por semana, que deve conter atividades de intensidade moderada,
como ciclismo e dança, ou 75 minutos semanais de exercícios intensos, como
natação e corrida, por exemplo.

Além
disso, a entidade recomenda dividir a atividade física ao longo da semana e não
fazer tudo no mesmo dia. Sessões mais longas devem ser intervaladas com
momentos de descanso. Para quem busca benefícios ainda maiores, o
tempo pode ser aumentado para 300 minutos de exercício por semana.


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