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Causas do desenvolvimento da enfermidade envolvem predisposição genética, ambientais e fatores hormonais
No último domingo (10), foi celebrado o Dia Mundial do Lúpus, com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos e cuidados com a doença.
O Lúpus Eritematoso Sistêmico, ou simplesmente lúpus, pode ocorrer em qualquer idade e sexo, porém as mulheres são as principais vítimas da doença autoimune.
Segundo a reumatologista do Serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Luciana Seguro, as causas para o desenvolvimento da doença envolvem predisposição genética, ambientais, infecciosas e fatores hormonais.
“É mais frequente em mulheres que estejam em seu ciclo de vida fértil, que varia entre 20 e 40 anos”.
“Isso porque é nesta faixa etária que os hormônios estão mais atuantes. A causa da predominância do sexo feminino não é completamente conhecida, mas sabemos que a ação do hormônio feminino, no caso, o estrógeno, ajuda a desencadear ou agravar a doença”, explica a médica.
Ainda de acordo com a profissional, o lúpus é caracterizado pela produção de anticorpos que atacam o próprio organismo.
“Os sintomas mais comuns aparecem nas regiões da pele que são expostas ao sol, como membros, rosto e regiões do colo, e se manifestam por meio de manchas vermelhas e dores articulares”.
“Porém, em sua forma mais grave, pode gerar alterações neurológicas, anemia ou acometer algum órgão do corpo”, acrescenta.
Tratamento
O tratamento deve ser individual para cada paciente, de acordo com as manifestações clínicas e a gravidade do caso.
“Nesse caso, é importante manter alguns cuidados, como proteger-se contra luz solar e radiação ultravioleta, fazer uma dieta com pouco sal e rica em cálcio, controlar a pressão arterial e o peso, fazer reposição de vitamina D, além de fazer o acompanhamento médico e não esquecer das medicações”, explica a profissional do HC.
As crianças também pode ser vítimas do lúpus. Samuel Bueno tem 8 anos e passou pelo tratamento no Hospital Darcy Vargas.
Ana Carolina Ferreira, psicóloga da unidade, afirma que muitas mudanças acontecem ao longo do desenvolvimento de uma criança com a doença.
“Não apenas na quantidade de medicação que ele precisará tomar nos períodos de crise, mas será sempre uma pessoa que precisa de cuidados especiais”, salienta.
A mãe de Samuel, Michele Bueno, destaca as mudanças na rotina da família. “Quando ele teve catapora, desenvolveu também uma pneumonia, e isso nos faz ter cuidados redobrados. Por isso, nossa vida mudou muito desde que descobrimos a enfermidade”, relata.