Morte súbita é grave problema de saúde pública no Brasil, diz especialista

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  • Publicado em 28 de junho de 2019 às 17:56
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:38
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Situação é causada por doença pré-existente e costuma ocorrer após o infarto agudo do miocárdio

No
jargão do futebol, a morte súbita era um método de desempate utilizado para
definir o ganhador de um jogo eliminatório. Na saúde, porém, o termo é muito
mais sério, conforme explica o cardiologista Cláudio Cirenza, que falou
sobre o tema durante o 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de
São Paulo (Socesp), na última semana, na mesa redonda “Morte súbita no Brasil: é
possível prevenir?”.

O
óbito ocorre em até uma hora após o início dos sintomas em indivíduos
supostamente saudáveis. No caso da morte súbita cardíaca, há um agravante: as
vítimas têm cardiopatia congênita ou adquirida, normalmente não diagnosticada.
“É um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Em dados mundiais,
estima-se que 17 milhões de pessoas morram anualmente por doenças
cardiovasculares e 25% delas são de morte súbita”, afirma Cirenza.

Durante
a palestra do especialista, ele falou sobre prevenção e tratamento nesses
casos, além de citar as parcelas da população que têm maior risco. “Na
maioria dos casos, o indivíduo é supostamente saudável e a principal causa da
morte é o Infarto Agudo do Miocárdio”, explica o especialista. Uma
estimativa da American Heart Association mostrou que apenas 10% dos pacientes
sobrevivem quando o evento ocorre em local público. Em residências, esse índice
cai para 6%.

Ele
esclarece que a presença do Desfibrilador Externo Automático (DEA) em pontos
estratégicos, como shoppings, estádios, aeroportos, transporte público e
condomínios, onde há grande circulação de pessoas, pode reduzir a quantidade de
mortes súbitas. “É preciso, também, ter pessoas treinadas. A desfibrilação
rápida, trazendo o coração de volta para o ritmo normal, é essencial para
salvar o paciente”.

Segundo Cirenza, quanto mais pessoas são treinadas em reanimação cardiopulmonar, na
sociedade como um todo, maiores são as chances de sobrevida da vítima. Atento a
essa realidade, a Socesp promove o Projeto Social “Nós Cuidamos do seu
Coração”, que já treinou mais de cinco mil crianças de escolas públicas, a
partir dos 12 anos de idade, para identificar e prestar os primeiros socorros
para pessoas acometidas por ataques cardíacos, incluindo a prática de massagem
torácica. A iniciativa é liderada pelo diretor do Centro de Treinamento em
Emergências da Socesp, Agnaldo Piscopo e conta com a parceria da Secretaria
de Estado da Educação de São Paulo. 


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