USP de São Carlos testa modelo alternativo de ensino com alunos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de abril de 2018 às 20:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:40
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Análise foi feita usando métodos passivos e ativos, que integram também solução de problemas

Um novo método de estudo foi testado
entre os estudantes da Universidade de São Paulo, no campus de São Carlos.
Alunos do curso interunidades de Licenciatura em Ciências Extas do campus
avaliaram o aprendizado dos que cursaram a disciplina Física 1.

A análise foi feita pelos métodos
passivos, nos quais eles possuem apenas aulas expositivas, e ativos, aulas
expositivas somadas a atividades alternativas.

O trabalho foi conduzido por Matheus
Quibão e outros cinco colegas do curso interunidades e teve orientação dos
professores Fernando Paiva e Sérgio Muniz, do Instituto de Física de São Carlos
(IFSC) da USP.

O processo foi feito em cima de 14
turmas, sendo que seis cursaram a disciplina utilizando o método tradicional,
enquanto as oito restantes participaram do modelo ativo. Este último, entrou em
vigor juntamente com a reestruturação da grade curricular do IFSC, em 2017.

Das cinco horas semanais de aula
deste modelo, três foram dedicadas a um ensino mais expositivo (semelhante ao
tradicional) e, nas duas horas restantes, foram realizadas atividades que
estimularam os alunos a solucionar problemas.

Fernando Paiva explicou sobre a
alteração: “A principal mudança foi tentar seguir o que hoje a literatura da
área de ensino mostra, que o aluno na postura passiva (quando é levado a ficar
somente nas aulas expositivas) tem um ganho de aprendizado menor do que aquele
que efetivamente trabalha o conteúdo abordado pelo professor”.

Dessa forma, os resultados desse
estudo acabam estimulando outras pessoas a analisar metodologias de ensino a
partir de uma abordagem científica. Segundo Sérgio Muniz, nem mesmo os
cientistas são tão científicos aos discutir métodos educacionais. “Há uma
tendência a se guiar pela tradição, replicando métodos usados na sua própria
formação, sem avaliar objetivamente o quanto isso funcionou na prática,
especialmente diante de uma população de perfil variado”, completa.

O estudo sobre modelos educacionais
alternativos recebeu menção honrosa e foi destaque na fase internacional
do Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP),
realizada em São Paulo em 2017.


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