Ministério da Saúde quer vacinar 11 milhões de crianças em campanha

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 31 de julho de 2018 às 15:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:54
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Campanha nacional de vacinação terá dia D no próximo sábado, 04 de agosto e início oficial dia 06

A partir da
próxima segunda-feira, 06 de agosto, todas as crianças com idade entre 1
ano e menores de 5 anos devem ser levadas aos postos de saúde para receber a
dose contra a pólio e também contra o sarampo.

O Dia D de
mobilização nacional será realizado em dois sábados, 04 e 18 de agosto, mas a
campanha segue até o dia 31 de agosto. A meta do governo federal é imunizar
11,2 milhões de crianças e atingir o marco de 95% de cobertura vacinal nessa
faixa etária, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o Ministério da Saúde, foram adquiridas 28,3
milhões de doses de ambas as vacinas – um total de R$ 160,7 milhões. Todos os
estados, segundo a pasta, já estão abastecidos com um total de 871,3 mil doses
da Vacina Inativadas Poliomielite (VIP), 14 milhões da Vacina Oral Poliomielite
(VOP) e 13,4 milhões da Tríplice Viral, que protege contra o sarampo, a rubéola
e a caxumba. 

A campanha de vacinação deste ano é indiscriminada, ou seja,
pretende imunizar todas as crianças na faixa etária estabelecida. Isso
significa que mesmo as que já estão com esquema vacinal completo devem ser
levadas aos postos de saúde para receber mais um reforço. No caso da pólio,
crianças que não tomaram nenhuma dose ao longo da vida devem receber a VIP. As
que já tomaram uma ou mais doses devem receber a VOP. E, para o sarampo, todas
devem receber uma dose da Tríplice Viral – desde que não tenham sido vacinadas
nos últimos 30 dias.

Queda nas coberturas

Doenças já erradicadas no Brasil voltaram a ser motivo de
preocupação entre autoridades sanitárias e profissionais de saúde. Baixas
coberturas vacinais, de acordo com o próprio ministério, acendem “uma luz
vermelha” no país. Até o momento, a pasta contabiliza 822 casos
confirmados de sarampo – sendo 519 no Amazonas e 272 em Roraima. Ambos os
estados têm ainda 3.831 casos em investigação. Casos considerados isolados
foram confirmados em São Paulo (1), no Rio de Janeiro (14), no Rio
Grande do Sul (13), em Rondônia (1) e no Pará (2).

Em junho, países do Mercosul fizeram um acordo para evitar a
reintrodução de doenças já eliminadas na região das Américas, incluindo o
sarampo, a poliomielite e a rubéola. Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e
Chile se comprometeram a reforçar ações de saúde nas fronteiras e a fornecer
assistência aos migrantes numa tentativa de manter baixa a transmissão de
casos. Dados do governo federal mostram que 312 municípios brasileiros estão
com cobertura vacinal contra pólio abaixo de 50%.

Sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave,
transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, mas que pode
ser prevenida pela vacina. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As
complicações infecciosas contribuem para a gravidade do quadro, particularmente
em crianças desnutridas e menores de 1 ano. Em algumas partes do mundo, a
doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores
de 5 anos de idade. 

Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas) o certificado de eliminação da circulação do vírus. Atualmente,
entretanto, o país enfrenta surtos de sarampo em Roraima e no Amazonas, além de
casos já identificados em São Paulo, no Rio Grande do Sul, em Rondônia e no
Rio de Janeiro.

Pólio

Causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, a
poliomielite geralmente atinge crianças com menos de 4 anos de idade, mas
também pode contaminar adultos. A maior parte das infecções apresenta poucos
sintomas, e há semelhanças com infecções respiratórias – como febre e dor de
garganta – e gastrointestinais – como náusea, vômito e prisão de ventre.

Cerca de 1% dos infectados pelo vírus desenvolve a forma
paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência
respiratória e, em alguns casos, levar à morte.


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