Ministério da Saúde aponta para altos índices de suicídios de idosos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de dezembro de 2017 às 10:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:28
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Em Franca, Prefeitura desclassifica entidades e idosos podem ficar sem acolhimento em lares

​O número de mortes por suicídios no Brasil aumentou 12% em quatro anos, subindo de 11.736 casos em 2015, frente aos 10.490 registrados em 2011. Em um valor total, entre os anos de 2011 e 2016, 62.804 pessoas tiraram suas próprias vidas no País – sendo 79% homens. Logo, é evidente que o avanço do problema e a prevenção ao suicídio precisam ser repensados no Brasil.

Os dados são do primeiro boletim epidemiológico sobre suicídio, divulgado no final de novembro pelo Ministério da Saúde. A divulgação é uma das diversas ações decorrentes do Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio . 

O estudo revela ainda que, no Brasil, os idosos, de 70 anos ou mais, apresentaram as maiores taxas, com 8,9 suicídios para cada 100 mil habitantes. No entanto, segundo a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis e Promoção da Saúde, Fátima Marinho, em números absolutos, a população idosa vem aumentando.

Fátima lembra ainda que eles sofrem mais com doenças crônicas, depressão, falta de condições financeiras e abandono familiar e esse índice alto de suicídio entre idosos é observado no mundo todo.

Em Franaca, a atenção deve ser redobrada, uma vez que não houve acerto entre as entidades que administram lares de idosos na cidade e a Prefeitura, que se nega a pagar o valor de R$ 3,4 mil de custo para cada idoso atendido. O poder público ofereceu apenas R$ 1,2. Centenas de pessoas na terceira idade podem ficar desassistidas.

No estudo, foi apontado que 62% dos suicídios foram causados por enforcamento. Entre os outros meios utilizados estão intoxicação e arma de fogo. 

Além disso, a proporção de óbitos por suicídio também foi maior entre as pessoas que não têm um relacionamento conjugal. Sendo que 60,4% das vítimas são solteiras, viúvas ou divorciadas e 31,5% estão casadas ou em união estável.

“Os homens casados se suicidam menos. O casamento é um fator de proteção para os homens e de risco para as mulheres”, disse Fátima, explicando que existe uma associação das tentativas de suicídio das mulheres com a violência intradomiciliar.


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