Pequenas e micro indústrias brasileiras ainda lutam para sair da crise econômica

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de novembro de 2017 às 10:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:27
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Apesar do reaquecimento da economia, dados mostram que cenário ainda é preocupante para maioria

Depois de certo alívio sentido pelas micro e pequenas indústrias de São Paulo em setembro, números da 56ª rodada do Indicador do Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi) encomendado pelo Datafolha, revelam estabilização na lenta retomada que o setor vinha mostrando ao longo dos últimos meses. No Índice de Satisfação, por exemplo, dados como avaliação da empresa (124 pontos), faturamento (97 pontos) e margens de lucros (93 pontos) mantiveram, em outubro, pontos equivalentes a setembro. 

A Taxa do Faturamento comprova que a avaliação como ruim ou péssima caiu de 35% em setembro para 29% em outubro, enquanto os que consideram o faturamento regular subiu de 26% para 45%, respectivamente. A satisfação com o lucro seguiu a mesma tendência, com a avaliação regular indo de 36% para 47%. Entretanto, a instabilidade econômica do País ainda preocupa os empresários, já que 63% das micro e pequenas indústrias têm a percepção de que a crise ainda é forte, afeta muito os negócios, e não dá pra prever quando a economia voltará a crescer.

Entre os entraves para que a retomada seja sentida em longo prazo, está o Índice de Custos, que após atingir melhor marca histórica em julho deste ano (150 pontos), voltou a recuar para 120 pontos (mais empresas são afetadas pela alta significativa de custos), com 40% do total das MPIs sentindo esse aumento, puxado pelas despesas com combustível, energia elétrica e água. Para o futuro, 38% dos empresários esperam mais aumento dos custos. 

Outra dificuldade enfrentada pela categoria é o acesso a crédito. Em outubro, subiu de 11% para 13% o total de MPI’s que fizeram consulta para tomar empréstimo ou financiamento, mas, dessas, 56% não obtiveram sucesso, sendo as micro com maiores dificuldades. E apesar da diminuição gradativa das taxas de juros pelo Banco Central, 47% das micro e pequenas indústrias veem os juros como principal dificuldade para obter empréstimo ou financiamento.

Por outro lado, as MPI’s aproveitaram o refresco econômico vivido nos últimos meses, e, pela primeira vez desde julho de 2014, o nível de inadimplência no recebimento de suas vendas caiu de 47% para 37%.

O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como sinalizador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em São Paulo.


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