Menina de 9 anos morre após picada de escorpião quando brincava em casa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 26 de novembro de 2018 às 08:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:11
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Stephanie chegou a ser transferida para Jaú, mas não resistiu às paradas cardíacas.

Menina foi socorrida às pressas e levada para a Santa Casa de Bariri — Foto: Reprodução/Facebook

Uma menina de 9 anos morreu na madrugada deste sábado (24) após ser picada por um escorpião enquanto brincava no quintal de casa, na zona rural de Bariri (SP).

Nicoly Stephanie da Silva Nicolai teria pisado no animal e foi picada. Segundo o hospital, ela foi socorrida pela família e levada para a Santa Casa da cidade.

Lá, a menina tomou seis ampolas de soro antiescorpiônico, porém não apresentou melhoras e foi internada na UTI. Ainda sem avanços, ela foi encaminhada para a Santa Casa de Jaú.

Por telefone, o interventor da Santa Casa de Bariri informou que a criança foi imediatamente atendida quando chegou na unidade. No entanto, “diante de um quadro que não apresentava melhoras, foi encaminhada para Jaú, onde teria mais assistência”.

De acordo com o hospital, Nicoly teve sete paradas cardíacas entre a tarde e a madrugada de sábado e não resistiu. O corpo da menina está sendo velado no Velório Municipal de Bariri e o enterro será às 16h30 no cemitério da cidade.

Menina de 9 anos morre após picada de escorpião enquanto brincava no quintal de casa

Outros casos

Esta já é a quarta morte de criança por picada de escorpião na região este ano. O caso mais recente foi registrado em Ourinhos, no final de outubro. Giovana Guedes Martins, de 4 anos, foi picada por um escorpião ao vestir a blusa de frio para ir à escola.

Ela foi medicada e levada para observação na sala de emergência. Mas, seu estado de saúde piorou e ela não resistiu a paradas respiratórias.

Giovana Guedes Martins, de 4 anos, teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu — Foto: Arquivo Pessoal

Em Cabrália Paulista, a menina Yasmin Lemos Campos, de 4 anos, morreu após ser picada por um escorpião no quintal da casa onde morava, em julho deste ano. A menina passou por duas cidades e, em duas delas, não havia o soro.

Yasmin Lemos Campos, de 4 anos, morreu após ser picada por um escorpião no quintal de casa em Cabrália Paulista — Foto: Arquivo pessoal

Já em Barra Bonita, em abril, Brian Alves Gabriel, de 6 anos, também morreu após ser picado. Segundo o pai do garoto, não havia soro no hospital da cidade. E, cerca de 40 minutos após a sua entrada, ele foi transferido para a Santa Casa de Jaú, cidade vizinha.

Em Jaú, o garoto tomou o soro, mas não resistiu e morreu cerca de três horas depois de ter sofrido a picada.

Garoto de 6 anos morre após ser picado por escorpião em Barra Bonita, Brian Gabriel Alves — Foto: Facebook/Reprodução

Medida judicial

Em setembro, o Ministério Público Federal entrou com uma ação para que a União e o Estado de São Paulo disponibilizassem, pelo menos, seis ampolas de soro antiescorpiônico para cada um dos municípios da região de Jaú (SP).

Segundo o MPF, as cidades de Bariri, Barra Bonita, Bocaina, Dois Córregos, Igaraçu do Tietê, Itaju Itapuí, Mineiros do Tietê e Torrinha não possuíam doses em suas unidades de saúde. Os pacientes precisam se deslocar até a cidade de Jaú para receber o tratamento.

MPF entrou com ação para que cidades da região de Jaú recebessem soro — Foto: Wando Fagundes/ TV Gazeta

Dois meses depois da decisão do MPF, as cidades de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê receberam as ampolas. O lote foi enviado pela Secretaria Estadual de Saúde e vai ficar no Hospital e Maternidade São José, em Barra Bonita.

O pedido do MPF para que todas as 11 cidades contem com um estoque mínimo de soro visa garantir o atendimento emergencial em episódios graves de picadas de escorpião, geralmente envolvendo idosos e crianças, nos quais a administração do antídoto é muitas vezes a única maneira de salvar a vítima.

Nesses casos, é recomendada a aplicação de seis ampolas do antiveneno em curto espaço de tempo. A decisão também determina a preservação das unidades do antídoto mantidas atualmente na Santa Casa de Misericórdia de Jaú, bem como a reposição imediata das doses utilizadas, sob pena de multa de R$ 15 mil em caso de descumprimento.


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