Médico de Batatais é acusado de exercício ilegal de medicina na Argentina

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de julho de 2018 às 17:37
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:54
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Além dele, outros quatro brasileiros também são acusados e estão sendo investigados

Dois cidadãos brasileiros que exerciam ilegalmente a medicina em um
hospital perto de Buenos Aires foram denunciados por usurpar durante meses a
identidade de dois profissionais da mesma nacionalidade, informou o hospital.

Além disso, outros quatro médicos, também brasileiros e funcionários do
hospital Dr. Angel Marzetti, foram afastados e são investigados pela Justiça
após denúncia feita por uma vereadora de Cañuelas, a uma hora de Buenos Aires,
onde fica o centro de saúde.

Durante nove meses, Felipe Nori, da cidade de Batatais, fingiu ser
médico acolhido na Universidade de Morón, na qual tinha estudado. Usando
identidade, matrícula e diploma de um colega, também brasileiro, conseguiu que
o hospital Marzetti o contratasse em agosto do ano passado para cobrir plantões
clínicos.

Em abril deste ano, o falso médico iniciou os trâmites para se casar com
sua namorada. Foi então que se constatou que parte da documentação que ele
apresentou não era fidedigna. Quando solicitado que apresentasse os documentos
originais, abandonou o hospital e nunca mais voltou.

O caso fez soar o alerta entre as autoridades do conselho deliberativo
de Cañuelas e os encarregados do hospital, que iniciaram uma investigação
interna que incluiu o congelamento de salários de todo o quadro de funcionários
até a apresentação da documentação em dia, bem como a inscrição no conselho de
medicina.

Foi quando detectaram o segundo caso. Uma mulher chamada Thais Soares
Costa atuou como médica no mesmo hospital, usando a identidade de outra
brasileira, segundo o hospital.

Além disso, foram encerrados os contratos de outros quatro médicos
brasileiros “por não ter apresentado a documentação correspondente”,
informou o hospital em um comunicado.

Agora, respondem por uso de identidade falsa, fraude, falsificação de
documento público, exercício ilegal da medicina e usurpação de títulos e
honrarias.

O caso motivou a demissão do titular do hospital e os falsos médicos
foram denunciados à Justiça pela vereadora Elizabet Romero, que se valeu de uma
informação obtida pelo sindicato de Trabalhadores Municipais. “Para
contratar um médico é feita uma entrevista pessoal com documentação. É
impossível que a pessoa que se ocupava de contratar estes médicos não tenha
comprovado que a fotocópia que ele apresentava não era de seu rosto”,
disse Romero ao jornal Clarín.

Diana Barcia, administradora do hospital, afirmou que outros municípios
também poderiam ter sido enganados.

Em outro comunicado, o centro de saúde informou que “foi revisada
toda a papelada pessoal de cada um dos profissionais” e verificou-se que
estão atuando com matrículas e requerimentos em dia.


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