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O prefeito Gilson de Souza (DEM), mais uma vez, anunciou uma coisa e fez outra, mas desta vez afetou os vereadores da Câmara Municipal de Franca. 

O prefeito pediu ajuda aos vereadores, que eles repassassem R$ 2 milhões de seus recursos para ajudar a Santa Casa, porque a Prefeitura não tinha dinheiro em caixa para isso. Gilson recebeu o dinheiro e vai deixar o hospital na mão.

Gilson pediu a ajuda aos vereadores no dia 22 de outubro, em uma reunião com nove, dos 15 membros do Legislativo. 

Explicou que a Santa Casa precisava de repasses, mas que a Prefeitura não poderia fazer. A adesão dos vereadores ao pedido foi acontecendo naturalmente e, por fim, todos aceitaram que a Câmara repassasse os R$ 2 milhões, fruto de economia dos vereadores, para ajudá-lo.

O dinheiro foi depositado na conta da Prefeitura na quarta-feira passada e, como não foi repassado, a diretoria da Santa Casa procurou Gilson, que deu a informação de que os R$ 2 milhões não vão chegar à fundação por “problemas técnicos” apontados pela Secretaria de Finanças.

Então, a diretoria da Santa Casa procurou os vereadores e informou a situação. A secretária Tânia Bertholino foi à Câmara e disse que há impedimentos legais para que os repasses não aconteçam. 

Ela reconheceu, também, que o pedido feito por Gilson aos vereadores não era de seu conhecimento e que o prefeito “está muito chateado” por não poder fazer nada diante do suposto impedimento. 

As críticas foram imediatas dos vereadores de oposição, principalmente Adermis Marini (PSDB) e Marco Garcia (PPS), que classificaram o governo como “mentiroso” e “incompetente”, entre outros adjetivos. “O que esse prefeito fala, não se escreve”, disse Adermis.

Efeito cascata

A atitude de Gilson poderá trazer consequências políticas. Os vereadores, com razão, no caso, sentiram-se traídos pelo prefeito e, nos bastidores, alguns integrantes da base governista já pensam em deixar de lado o apoio. Claudinei da Rocha e Pastor Palamoni, ambos do PSB, não esconderam o descontentamento. Outros governistas também ameaçam sair da base que apoia o governo na Câmara Municipal. 

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