MAIS SOBRE A MÚSICA

  • mmargoliner
  • Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 09:47
  • Modificado em 27 de fevereiro de 2017 às 09:47
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

SE ACASO VOCÊ CHEGASSE…


“…No meu barraco encontrasse / Aquela mulher que você gostou…”

Olha a traição aí, gente ! E isso não é deste Carnaval, não ! Aliás, nem é de Carnaval …É, segundo a fonte, coisa da vida real, fato acontecido lá na década de 30 !

Segundo os pesquisadores Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, no seu livro “A Canção No Tempo”, Vol. 1, a coisa teria sido como nos parágrafos seguintes.

Boêmio e conquistador inveterado, Lupicínio Rodrigues, consagrado compositor gaúcho, várias vezes transformou em samba episódios de sua própria vida sentimental. Assim, por exemplo, aconteceu com a canção título desta pequena matéria, “Se Acaso Você Chegasse”. É uma espécie de mensagem/sondagem que dirige a um amigo, Heitor Barros, de quem havia tomado a namorada. Lupi sabia que havia agido mal e temia perder o amigo (imagine você, TEMIA perder o amigo, rsss), que muito prezava. Para evitar o rompimento, procurava convencê-lo de que a amizade dos dois era mais importante do que a mulher infiel (“Será que tinha coragem/ de trocar nossa amizade/ por ela que já te abandonou…”), ao mesmo tempo em que lhe comunicava um fato consumado (“Eu falo porque essa dona/ já mora no meu barraco…”) de difícil reversão (“…de dia me lava roupa/ de noite me beija a boca/ e assim nós vamos vivendo de amor”).

A verdade é que o poeta queria ficar MESMO com a mulher , mas, também com o amigo. E acabou conseguindo tal feito, pois Heitor gostou do samba e perdoou a traição.

Composto em 1936, de improviso, na calçada do Café Colombo, em Porto Alegre, “Se Acaso Você Chegasse” é considerado um dos melhores sambas de todos os tempos, possuindo ainda o mérito de ter projetado nacionalmente Lupicínio Rodrigues e Ciro Monteiro, o primeiro intérprete a gravá-la, em 1938 seguido de Elza Soares, em 1959.

A composição é assinada também por Felisberto Martins.

Fonte : “A canção no tempo” – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello

MARCHINHAS DE CARNAVAL – VOCÊ SABIA ?


Passei mais de 40 anos em cima de palcos cantando músicas de carnaval ! Em muitos pontos do Brasil. Quando cantei pela primeira vez tinha 15 anos de idade. Tem muita gente, inclusive, que pensa que eu sou um CANTOR DE CARNAVAL ! Só me viram nessas ocasiões !

Pois bem, pesquisei e destaco pra você algumas das marchinhas carnavalescas mais populares de todos os tempos, algumas das que mais cantei durante todo esse tempo. É verdade que estão um pouco fora de moda, só entoadas nos bailes saudosistas, mas realmente são inesquecíveis. São muitas, mas vou me ater a citar apenas 15 entre todas.

A primeira marchinha carnavalesca registrada na história do carnaval brasileiro foi “ABRE ALAS”, de Chiquinha Gonzaga, escrita em 1899 para a Escola Rosas de Ouro, do Rio de Janeiro. É tida como a marchinha mais popular dentre todas.

A seguir, vem “MAMÃE EU QUERO”, gravada em 1937 por Jararaca e Vicente Paiva e em 1941 por Carmem Miranda.

“AURORA” é outra campeã de popularidade. Foi escrita numa quarta-feira de cinzas em 1941, por Mário Lago e Roberto Riberti.

Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro e Heber Lobato escreveram outra inesquecível marchinha : “CACHAÇA”. É de 1953.

“TURMA DO FUNIL” é assinada também por Mirabeau Pinheiro, em parceria com M. de Oliveira e Urgel de Castro, do ano de 1946.

“ME DÁ UM DINHEIRO AÍ” foi criada entre 1959 e 1960 por Ivan, Homero e Glauco Ferreira e foi gravada e virou enorme sucesso na voz de Moacir Franco.

Numa mesa de bar, João Roberto Kelly escreveu, no início da década de 60, outra campeã de popularidade : “CABELEIRA DO ZEZÉ”. O Zezé era um garçom que sempre servia o compositor, num bar do Leme, no Rio de Janeiro.

Sílvio Santos imortalizou outra obra carnavalesca das mais cantadas em todos os tempos :” A PIPA DO VOVÔ “. Os autores são Manoel Ferreira e Ruth Amaral e foi escrita na década de 80.

Sem muitos detalhes, quero citar também : “O TEU CABELO NÃO NEGA”, de Lamartine Babo; “CIDADE MARAVILHOSA”, de André Filho; “MARIA SAPATÃO”, de João Roberto Kelly; “BALANCÊ”, de João de Barro e Alberto Ribeiro; “SACA ROLHA”, de Zé da Zilda, Zilda do Zé e Waldir Machado; “SASSARICANDO”, de Luis Antônio, J. Júnior e Oldemar Magalhães e “CACHAÇA NÃO É ÁGUA”, assinada por Carmen Costa e Mirabeu Pinhiro.

Muito bem, falei de apenas 15 ! Só eu cantei ao longo desses anos de carnaval umas 200 ou mais, sem exagêro ! Qualquer dia desses elenco mais outras tantas.

Na foto, um dos meus carnavais com a Orquestra Laércio de Franca, em São Joaquim da Barra, em 1973 ou 1974 (falhou o registro, rsss).

Fontes : Pesquisa na Internet e nos meus cadernos de repertório de carnaval.

BENY CHAGAS MUSIC SHOW

Mais Brasil FM – 101,3 Mhz – Franca, SP : sábado e domingo às 10:00 h.

radionovaip.com.br – Ribeirão Preto – SP : Sábado e  domingo 11:00h.

ponto1000.com – Ribeirão Preto – SP : segunda a sexta : 07:00 e 22:00h.

sábado : 07:00, 10:00 e 22:00h.

domingo : 07:00, 12:00 e 22:00.

Envie suas sugestões para inclusão nos roteiros de programação: (16) 3017-2030, whats app (16) 9 8192-6052 e e-mail [email protected].

Estaremos divulgando em breve os horários e endereços de novas retransmissoras e também endereço oficial da nossa web rádio.

*Esta coluna é semanal e atualizada aos domingos.


+ zero