Emergências em cardiologia passam de 82% nos atendimentos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de setembro de 2018 às 18:04
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:01
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A pesquisa mostra que os homens, acima dos 60 anos, predominam nos atendimentos

Os atendimentos de emergências
cardiovasculares nos hospitais do Brasil são 82,2% maiores do que aqueles em
que uma cirurgia ou procedimento é agendado com antecedência.

A conclusão está no levantamento
realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A pesquisa mostra que
os homens, acima dos 60 anos, predominam nos atendimentos.

No ano passado, houve 1.130.692 de
internações por doenças cardiovasculares, das quais 929.528 (82,2%) foram
de urgência. A incidência de pacientes do sexo masculino é maior: 84% foram
internados em caráter de emergência, enquanto o mesmo tipo de procedimento
envolveu 79% de mulheres.

Para o coordenador do Centro de
Treinamento em Emergências Cardiovasculares da SBC, Sergio Timerman, há uma
demanda excessiva nos atendimentos hospitalares. “Não podemos esquecer que uma
pessoa que entra num hospital de forma emergencial, normalmente, fica
hospitalizada por um tempo maior.”

Faixa
etária

A pesquisa mostra que há um aumento
no número de atendimentos, conforme a idade avança e uma porcentagem maior nos
atendimentos de emergência. “Há um pico nos atendimentos entre 60 e 69 anos”,
disse o cardiologista. Essa faixa etária somou 235 mil atendimentos de urgência
em 2017.

Outro dado do levantamento da SBC
aponta que a taxa de mortalidade aumenta, em média, quatro vezes nos
atendimentos emergenciais em comparação aos eletivos, sem contar as milhares de
pessoas que morrem em casa, sem chegar aos hospitais.

Segundo a SBC, o Brasil registra 360
mil mortes por doenças cardiovasculares todos os anos, sendo a principal causa
de mortes no país.

Investimentos

“Precisamos investir em prevenção
cardiovascular e ainda ampliar o número de profissionais de saúde e de pessoas
leigas em conhecer as manobras de ressuscitação. Menos de 2% das vítimas chegam
com vida aos hospitais”, diz Timerman, em nota.

O médico afirmou ainda que muitos
pacientes não sobrevivem no caminho de casa até o hospital. “Elas acabam
morrendo no caminho ou na própria residência, sem atendimento até a chegada da
ambulância. Em muitas cidades americanas, com treinamento e atendimento
adequado, esse índice de sobrevida passa dos 70%.”

O cardiologista orienta que o
atendimento via 192 é a melhor alternativa quando há suspeita de parada
cardíaca para iniciar as manobras de ressuscitação imediatamente. “São 10
minutos entre a vida e a morte. Uma pessoa com parada cardíaca, a cada minuto
sem atendimento, perde 10% de chance de sobreviver.”


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