Brasileiros que pedem demissão representam mais de 23%, diz Caged

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de setembro de 2018 às 22:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:03
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Entre janeiro e agosto, 2.253 milhões de trabalhadores deixaram seus empregos por vontade própria

Uma tendência que vem surgindo com a retomada da
criação de vagas formais é a de pessoas que deixam seus empregos por vontade
própria. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), do Ministério do Trabalho, entre janeiro e agosto, 2.253 milhões de
brasileiros pediram demissão de forma espontânea. O número representa 23% do
total de desligamentos registrados no país nesse período.

Nesse ano, houve um pequeno aumento quando se
compara com o ano passado. Entre janeiro e agosto de 2017, 21% dos
trabalhadores pediram demissão espontaneamente.

De acordo com o professor do Insper Sergio Firpo, a
demissão por vontade própria costuma acompanhar os movimentos de melhora e
piora do mercado de trabalho.

Nos períodos em que o Brasil gerava muitas vagas de
trabalho, a demissão espontânea chegou a representar 30% dos desligamentos
registrados. Com a crise, ela caiu para 20%. “Inicialmente, quem costuma se
beneficiar com esse tipo de movimento é aquele trabalhador mais qualificado.
Não é necessariamente aquele trabalhador com mais qualificação formal, mas
aquele que entende muito do trabalho que faz”, afirma Fernando de Holanda
Barbosa Filho, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação
Getúlio Vargas.

Entre os fatores que podem ter
ajudado a aumentar os pedidos de demissão espontânea, estão as regras mais
rígidas para usufruir o auxílio-desemprego. Até 2015, bastava ter trabalhado
seis meses em alguma empresa que o benefício já poderia ser solicitado. 
Com as mudanças, o
primeiro pedido só pode ser realizado após 18 meses de trabalho.


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