Maioria dos brasileiros que guarda dinheiro está pensando em imprevistos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 31 de outubro de 2018 às 23:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:08
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Estudo mostra que a poupança é líder entre os principais investimentos buscados pelos que reservam dinheiro

Levantamento feito pela
Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC Brasil) constatou que, no mês de agosto,
apenas 19% dos brasileiros que têm reserva financeira separaram parte da
renda pensando na aposentadoria.
Segundo os autores da pesquisa, apesar de o número ter
crescido em relação ao de janeiro deste ano (9%), para 45% dos entrevistados a
principal preocupação ainda é destinar a poupança a possíveis imprevistos.

De acordo com o
levantamento, 28% dos consumidores destinam a reserva à garantia de um futuro
melhor para a família e 25% para o caso de ficarem desempregados. O valor médio
poupado no mês de agosto foi R$
354.

O estudo mostra que a caderneta é a líder entre os principais
investimentos buscados pelos que reservam algum dinheiro para o futuro. A
caderneta de poupança é o investimento preferido por 59% dos entrevistados. Já
18% afirmam guardar o dinheiro em casa; 18% na conta corrente; 10% aplicam em
fundos de investimento e 10% em previdência privada.

Também foram citados o Tesouro Direto (7%), o Certificado de
Depósito Bancário (CDB), com 5%, a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), com 3%,
e a Bolsa de Valores, com 2%

Questionados sobre o quanto conhecem as modalidades de
investimento, a poupança é a mais citada (89%), seguida pelos títulos de
capitalização (53%). A previdência privada também surge como destaque, citada
por metade dos entrevistados. O estudo mostra ainda que 28% dos brasileiros
desconhecem formas de investimentos e permanecem mantendo o dinheiro em casa ou
na conta do banco.

Dificuldade para poupar

O SPC Brasil avaliou também como os brasileiros pouparam em
agosto e, de acordo com o estudo, apenas 16% dos entrevistados fizeram algum
tipo de reserva financeira. Nas classes C e D, o percentual cai para 11% e, nas
classes A e B, sobe para 37%. Entre as justificativas para a dificuldade de
poupar, 45% citaram a renda insuficiente, 15%, os imprevistos e o desemprego e
12%, o descontrole com os gastos.

De acordo com o levantamento, por causa do alto índice de
desemprego e da queda do poder de compra, quatro em cada 10 pessoas que têm
reserva financeira tiveram de sacar pelo menos parte dos recursos em setembro
para gastos com imprevistos e dívidas, ou para complementar a renda.

Para o SPC Brasil, com a questão de previdência em destaque no
debate político e econômico, os números do levantamento revelam que a
preocupação com a aposentadoria começa a ter a atenção do poupador brasileiro,
mas a principal motivação para a formação da reserva ainda são os imprevistos.

O levantamento abrangeu 12 capitais das cinco regiões
brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília,
Goiânia, Manaus e Belém.
Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas
capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade igual ou
superior a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem
de erro é de 3,5 pontos percentuais e a margem de confiança, de 95%.


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