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“A
mãe da gente é aquela que nos controla e assim nos salva e nos
atormenta; e nos aguenta mesmo quando estamos mal-humorados, exigentes e
chatos, mas também algumas vezes perde a
calma e grita, ou chora. Mãe da gente é aquela que nos oprime e nos
alivia por estar ali; que nos cuida, às vezes demais, e se não cuida a
gente faz bobagem; é a que se queixa de que lhe damos pouca bola, não
ligamos para seus esforços, e, mais tarde, de que quase não a visitamos;
é aquela que só dorme quando sabe que a gente está em casa, e chegou
bem; a que levanta da cama altas horas para pegar a gente numa festa
quando o pai não está ou não existe, ou já fez isso vezes demais.
A mãe da gente é o mais inevitável, inefugível, imprescindível, amável,
às vezes exasperante e carente ser que, seja qual for a nossa idade,
cultura, país, etnia, classe social ou cultura, nos fará a mais
dramática e pungente falta quando um dia nos dermos conta de que já não
temos ninguém a quem chamar “mãe”.”
Lya Luft
Face: Legado de Maria