Luiza Trajano e Mulheres do Brasil lançam app para divulgar candidatas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de setembro de 2018 às 08:10
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:00
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Grupo quer estimular a presença feminina e combater as fraudes nas cotas partidárias

​As candidaturas femininas nas eleições deste ano ganharão uma rede de apoio para se tornarem mais fortes. O Grupo Mulheres do Brasil, que incentiva o protagonismo feminino na sociedade, vai lançar nos próximos dias o Apartidárias 2.0, um aplicativo para mapear e dar divulgação às candidaturas de mulheres nas eleições deste ano.

O anúncio foi feito nesta manhã (06/09) por Luiza Helena Trajano  – presidente do conselho administrativo da Magazine Luiza e uma das líderes do grupo, que congrega 19 mil mulheres em diversas áreas – no evento Democracia 2.0, promovido pelos donos do Poder do Voto, um dos apps que permitem ao eleitor influenciar o processo político.

“O que me preocupa no Brasil é a sociedade civil ter, por muito tempo, terceirizado o país. Eu só acredito no Brasil pela possibilidade da gente assumir o controle sobre as coisas, e agora vejo muitas iniciativas nesse sentido. Essa será mais uma delas”, disse Luiza durante o encontro.

O app não fará recorte partidário ou ideológico, diz o grupo. Nem fará “match” eleitoral, filtrando opções que mais combinem com o perfil do usuário. 

“Não é uma ou outra, são todas as mulheres. E cada uma delas terá sua página, suas pautas, as opiniões nas redes. Não importa se é contra ou a favor do aborto, por exemplo”, afirma Ligia Pinto Sica, uma das líderes do comitê de políticas públicas do grupo.

A ideia é fazer a representação feminina nas campanhas ir além da cota estabelecida pela legislação eleitoral. Atualmente, é exigida a presença de pelo menos 30% de mulheres entre os candidatos dos partidos para o poder Legislativo, mas a medida não tem funcionado para aumentar a presença feminina entre os eleitos. Para fraudar a exigência, partidos lançam candidatas laranjas, que não fazem campanha. Dos candidatos que não receberam nenhum voto — nem o próprio — em 2016, 86% eram mulheres.

“Muitos partidos colocam mulheres para fazer campanhas fictícias. Vamos estimular as candidatas para divulgar suas campanhas e mudar isso”, promete Luiza Trajano.

A empresária promete também dar visibilidade a esses casos que visam apenas contornar a legislação. Segundo ela, o Apartidárias 2.0 divulgará, periodicamente, informações via redes sociais com dados agregados das candidatas que possam motivar denúncias. 

“Se soubermos que um partido não está repassando a verba para a campanha de uma mulher, vamos falar. Temos uma parceria com o Ministério Público, a quem informaremos tudo o que a gente descobrir”, afirma Ligia Pinto.


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