​Liderança: caráter, poder e corporações

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de maio de 2017 às 18:20
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:11
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Estamos num momento em que líderes, corporações e políticos, numa só frase, é notícia policial.

“Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. Nada melhor do que a frase de Abraham Lincol, o político estadunidense que liderou o país de forma bem-sucedida durante a Guerra de Secessão, preservando a União e abolindo a escravidão, para iniciar esse artigo.

O artigo, chega num momento em que líderes, corporações e políticos, numa só frase, faz parte de notícia de editoria policial. Aliás, convenhamos, esse caso de “atração perigosa” é bem antigo, mas isso é assunto para um outro texto.

Há um ditado que diz: “de um homem tudo se pode esperar, amor, compreensão e corrupção, inclusive de caráter”. Mas é possível se manter íntegro em ambiente tão competitivo como o das empresas? Mais uma vez faço uso das palavras de Lincoln: “O caráter é como uma árvore e a reputação como sua sombra. A sombra é o que nós pensamos dela; a árvore é a coisa real. “As mais belas qualidades tornam-se inúteis, quando a força do caráter as não sustenta”, disse Théophile Gautier.

As corporações procuram – ou deveriam – por grandes lideranças com autoridade suficiente para comandar ou coordenar, mas de maneira ética e correta para inspirar, motivar e conseguir os melhores resultados da sua equipe. Mas é esse cenário que comumente nos deparamos na empresa? Não é raro encontrarmos lideres ou pessoas que almejam a função que intimidam e tentam controlar os outros. Mas bons gestores agem como pacificadores e neutralizadores. Ao invés de aguçar, acalmam e tranquilizam.

Algumas características dos grandes líderes levantadas no site Administradores: permitem que os outros sejam expressivos em suas opiniões e voltados para desafios e oportunidades; não estão ocupados demais para ouvir e sabem entender as necessidades, desejos e expectativas de cada um; não se sentem ameaçados sem ter o poder e o controle total de uma situação; não temem que seus lugares sejam ocupados, pois sabem que há espaço para mais gente excelente; acreditam em um ambiente de trabalho feliz, saudável e produtivo; dedicam tempo para conversar com cada colaborador sobre as funções, sobre quem eles são e como podem ajudar uns aos outros dentro da empresa; sabem o impacto e o valor da honestidade e da autenticidade; acreditam em parcerias e alianças, criam relações “ganha-ganha”.

Grandes líderes, de verdade, não têm grandes egos e se preocupam com os outros, passam despercebidos na equipe e sempre valorizam os resultados do grupo.

As sabias palavras de Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, encerram a reflexão: “Onde reina o amor, não há vontade de poder, e onde domina o poder, falta o amor. Um é a sombra do outro.”


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