Lesões na boca que não cicatrizam podem ser sinais de câncer bucal

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 26 de outubro de 2018 às 22:21
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:07
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Silencioso, esse tipo atinge cerca de 15 mil pessoas ao ano, atingindo mais homens acima dos 50 anos

Uma afta
insistente é um sintoma que pode até passar despercebido, mas na realidade,
pode representar um forte alerta para o tumor de cavidade oral, câncer de boca.
Sangramento repentino, feridas, machas brancas ou qualquer lesão desse tipo que
permaneça por mais de 15 dias na boca deve ser investigado com atenção.

De acordo com Instituto Nacional de
Câncer (INCA), o Brasil é o terceiro país com mais ocorrências, cerca de 15 mil
casos por ano. O câncer de cavidade oral tem mais incidência em homens acima de
50 anos e costuma ocorrer na parte posterior da língua, mas outras regiões como
o assoalho bucal, lábios, as bochechas, gengivas, glândulas salivares, amígdala
e o céu da boca também podem ser afetadas.

Por ser uma doença que apresenta
sintomas sutis, é preciso sempre estar atento aos primeiros sinais. Além de
feridas que não cicatrizam, manchas brancas ou vermelhas, nódulos na região,
dor e dificuldade para mastigar ou engolir são outros sintomas que podem “
Higiene oral cuidadosa e consultas regulares ao dentista tem importância
fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de boca, uma vez que esse tipo
de câncer é silencioso e, muitas vezes, indolor. Dessa forma, aliar o
conhecimento dos sintomas à realização de cuidados com higiene da boca e
consultas regulares ao dentista pode evitar que a doença seja apenas
diagnosticada em estágios mais avançados, ajudando a salvar vidas”, orienta a
dra. Carolina Fittipaldi, oncologista do Centro de Excelência Oncológica,
unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro.

Fatores de risco

O desenvolvimento do câncer de boca
está muito relacionado ao estilo de vida. O fumo e o álcool ainda são os
principais fatores, com 90% dos casos associados a esses hábitos, segundo dados
da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Nos últimos anos, o HPV também tem sido
um fator principal para o surgimento da doença, inclusive entre jovens. O
contato sexual, principalmente no sexo oral, é a principal forma de
contaminação. “Apesar da queda do número de
fumantes perceptível nos últimos anos, o câncer de boca aumentou cerca de 225%
na duas últimas décadas, sendo o papiloma vírus um dos principais fatores
responsáveis, visto que ele é capaz de acelerar o desenvolvimento desse tumor”,
observa a médica Carolina Fittipaldi.

A higiene oral feita de forma
precária e inadequada, uma dieta pobre em minerais e vitaminas e a exposição
aos raios UVA e UVB sem proteção nos lábios também podem contribuir para o
aparecimento da doença.

O tratamento será determinado de
acordo com a localização e o estágio da doença. “Cada caso requer um tratamento
específico, que pode combinar a cirurgia para a retirada do tumor,
quimioterapia e a radioterapia”, esclarece a oncologista do Centro de
Excelência Oncológica.

Quando a doença é diagnosticada ainda
no início, as chances de s ucesso podem chegar a 90%
quando o paciente realiza um tratamento adequado. Nos casos em que a doença
atinge um estágio avançado, esses índices apontam uma médica de 40%.


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