Laércio de Franca foi um dos maiores músicos da cidade em toda a história

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de agosto de 2017 às 17:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:19
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Em 21 anos de carreira, orquestra realizou mais de 2.500 apresentações com intérpretes consagrados

Uma das últimas homenagens feitas ao maestro Láercio Piovesan, o Laércio de Franca, morto neste domingo em Franca, aos 91 anos, de leucemia, no Hospital São Joaquim, foi realizada em maio do ano passado, no Teatro Municipal de Franca.

O evento reuniu admiradores de Laércio, fãs de décadas, família, músicos e amigos. Foi feita uma exposição audiovisual com fotos de Delzio Marques, que retratam a trajetória de Laércio, e apresentação musical da Banda Mogiana, de Ribeirão Preto, que emocionou o Mestre Laércio.

O evento foi uma realização do Sesc Ribeirão. Jornal da Franca esteve presente e registrou tudo, confira.

http://www.jornaldafranca.com.br/eventos/homenagem…

A orquestra de Laercio de Franca fez grande sucesso em Franca, nos anos 60 e 70, quando embalou bailes que mobilizavam toda a cidade, tanto pela quantidade de admiradores que reunia como pela qualidade da música executada.

Uma biografia rica sobre Maestro Laércio está no blog de Júlio César Ribeiro, administrador de empresas de São José do Rio Preto. Ele informa que Manoel Laércio Piovesan nasceu em São José do Rio Pardo (SP), em 26 de maio de 1926 e teve o pai, Manoel H. Piovesan, como seu primeiro professor de música, que lhe propiciou tocar trompete (pistão) em 1939, aos 7 anos de idade, na banda da cidade de Caconde.

Já em 1943 ganhou coroa no programa “A Hora do Pato” na Rádio Nacional do Rio de Janeiro e em 1948 veio para Franca, integrando a Banda Municipal de Franca, passando depois pela Orquestra Tamoio, do Maestro Adalberto Lucas (Tim) e ainda pelos conjuntos musicais dos irmãos Godofredo (Godinho) e Raul de Barros. Mais tarde o pistonista Laércio integraria grandes orquestras, como a do Maestro Chiquinho, na Rádio Nacional, e de Ari Barroso também no Rio de Janeiro.

Com a difusão da música ao vivo em orquestras do interior, Laércio Piovesan, que compôs o “cast” de várias orquestras famosas, como a de Nelson (de Tupã), de Mantovani (de Assis/SP), da Orquestra de Ferri, Clóvis e Ely (de São Paulo), retornando para a Orquestra de Emilio, de Franca, do Maestro Emilio Sicchieroli, para depois formar sua própria Orquestra, a “Laércio de Franca”, no final de 1958, aos 32 anos.

A primeira apresentação oficial de sua própria Orquestra aconteceria em 28 de maio de 1959 no baile de pré-formatura do IETC, Instituto de Educação Torquato Caleiro, hoje Escola Estadual Torquato Caleiro de Franca na Associação do Empregados do Comércio – AEC, um pomposo clube da época, onde freqüentavam todos os “colunáveis” de Franca.

Com 21 anos de atividade a Orquestra Laércio de Franca fez mais de 2.500 bailes, por todo o país, entre eles “Brincadeiras Dançantes”, Bailes de Formatura e de Debutantes.

Por 11 anos ininterruptos foi o responsável pela música dos bailes de carnaval da AEC (melhor clube de Franca nos anos 60 e 70), de Franca. A Orquestra Laércio de Franca participou também do filme “Balada dos Infiéis” rodado no Grande Hotel do Barreiro, em Araxá, Minas Gerais.

Mais de 200 músicos integraram sua concorrida Orquestra ao longo de 21 anos, de bons serviços prestados à música, sendo que nos anos 70, foi considerada a melhor orquestra do interior paulista, e uma das melhores de todo o país.

A Orquestra era tão solicitada que em sua época, era comum em sua agenda, ter reservas com mais de um ano de antecedência. E sua última apresentação aconteceu no Baile das Orquídeas, de Guaxupé/MG.

Foi também o primeiro grupo musical de Franca a gravar suas músicas em disco LP de vinil para o selo “Richard”, inicio dos anos 60, hoje um referencial para a música de Franca e objeto raro para colecionadores e admiradores de Laércio de Franca, que sempre cobraram do Maestro um novo trabalho.

E Laércio de Franca conseguiu gravar um CD com o legítimo som da Orquestra, gravado pelo próprio Laércio e por seu irmão Miroel – outro pilar de sustentação da banda – durante toda a sua existência.

Laércio fez todos os arranjos, juntamente com Afonso Henrique, entusiasta, técnico de gravação, músico e também arranjador musical.

Na história de Laércio somam-se ainda apresentações para acompanhar, ao vivo, nomes consagrados da música popular brasileira como Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Dick Farney, Agnaldo Rayol, Wilson Simonal, Santo Morales, Cláudia, Jane e Herondy, e muitos outros.

Laercio de Franca recebeu da Câmara Municipal o Título de Cidadão Francano e no dia 22 de novembro de 2007, recebeu ainda do município o Diploma de Honra ao Mérito dentro do Projeto “Deguste Cultural”.

Maestro Laercio será velado no salão São Vicente, na sala cinco, e seu sepultamento ocorrerá às dez da manhã desta segunda-feira, no Cemitério Parque das Oliveiras.​

Para conhecer ou matar saudades da Orquestra Laércio de Franca, acesse o link: 


+ Cotidiano