Justiça absolve italiano acusado de matar ourives para roubar diamante

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de outubro de 2017 às 13:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:22
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juiz diz que indícios são insuficientes para condenar acusado de matar Giovanni di Gianni

A ​Justiça absolveu o empresário italiano, Marco Rino Mazzuocollo, de 43 anos, da acusação de matar o ourives Giovanni di Gianni, então com 76 anos, para roubar dele um diamante valioso, em dezembro de 2011, em Franca. 

Mazzuocollo foi extraditado para o Brasil em janeiro do ano passado, após ficar quatro anos foragido e ser preso em Portugal. Apesar da absolvição, o empresário não poderá deixar o país até que os recursos sejam julgados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Na sentença proferida em 1º de setembro, o juiz Alexandre Semedo de Oliveira afirma que os indícios de que o réu esteve em Franca duas vezes, manteve contato com a vítima no dia do crime e trabalhava como vendedor de joias são insuficientes para condená-lo.

“De fato, a prova amealhada nos autos não é robusta o suficiente para que se tenha por certo ter sido o réu quem efetivamente matou a vítima. Aliás, a prova mencionada é das mais fracas e, a rigor, fosse o réu brasileiro, sequer seriam o bastante para mantê-lo sob custódia do Estado”, diz o magistrado.

Ainda na decisão, Oliveira afirma que há indícios de que Gianni tenha sido vítima de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte, mas os fatos apresentados pelo Ministério Público não comprovam que tenha sido Mazzuocollo quem o cometeu.

“Saliente-se de que a afirmação do falecido de que um italiano o importunava não é das mais esclarecedoras, visto que a prova oral aponta no sentido de que a maior parte dos contatos comerciais dela se dava justamente com pessoas vindas da Itália, sua terra natal”, diz o juiz.

Por fim, o magistrado determinou que o empresário seja colocado em liberdade, mas que o passaporte dele seja retido para evitar que ele deixe o país e isso impossibilite a aplicação de “uma eventual reversão da sentença em segunda instância”.

Giovanni Di Giannifoi morto no escritório onde trabalhava, no Centro de Franca, em dezembro de 2011 (Foto: Reprodução/EPTV)

O corpo do ourives foi encontrado por familiares dentro do escritório onde ele trabalhava, no Centro de Franca, na noite de 21 de dezembro de 2011. Segundo a Polícia Civil, havia lesões na cabeça e no rosto da vítima.

Ainda de acordo com a polícia, diamantes e outras pedras preciosas foram levados do escritório, mas não havia sinais de arrombamento no local, o que levantava a suspeita de que a vítima conhecia o agressor.

Mazzuocollo foi apontado como o principal suspeito do latrocínio porque também trabalhava no ramo de joias e foi visto entrando no escritório de Gianni naquele dia. Ele desapareceu após o crime.

Quando os investigadores descobriram que o suspeito morava em São Paulo, Mazzuocollo deixou o Brasil e o caso foi comunicado à Interpol. O empresário foi encontrado em Portugal e preso em maio de 2015, quando tentava sair do país.

(Publicado no G1)


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