Juros do rotativo do cartão de crédito caem para 275,7% ao ano

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de novembro de 2018 às 16:02
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:11
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Consumidores que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros um pouco menos caros em outubro

Os consumidores que
caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros um pouco menos caros em
outubro. A taxa média do rotativo caiu 3,4 pontos percentuais em relação a
setembro, chegando a 275,7% ao ano.

Os dados foram
divulgados nesta quarta-feira, 28 de outubro, pelo Banco Central. A taxa média
é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.

No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor
mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 253,2% ao ano em outubro,
recuo de 6,7 pontos percentuais em relação a setembro. Já a taxa cobrada dos
consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura
(rotativo não regular) caiu 1,1 ponto percentual, indo para 291,1% ao ano.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos
que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após
esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.

Em abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que
clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passassem a pagar a
mesma taxa de juros dos consumidores regulares.

Essa regra entrou em
vigor em junho deste ano. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e
inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os
juros pelo atraso e multa.

Enquanto a taxa de juros do rotativo chegou a 275,7% ao ano, o
parcelamento das dívidas do cartão de crédito pôde ser feito com juros de
166,1% ao ano em outubro.

Cheque especial

Já a taxa de juros do cheque especial caiu 1 ponto percentual em
outubro, comparada a setembro, e está em 300,4% ao ano. Assim continua a ser a
menor taxa desde março de 2016, quando estava em 300,8% ao ano.

As regras do cheque especial mudaram em julho. Segundo a
Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que utilizam mais de 15%
do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de
um parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida
pela instituição financeira.

As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais
caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal não
consignado é mais baixa: 126% ao ano em outubro, mesmo com o aumento de 3,8
pontos percentuais em relação a setembro. A taxa do crédito consignado (com
desconto em folha de pagamento) recuou 0,1 ponto percentual, indo para 24,3% ao
ano em outubro.

A taxa média de juros para as famílias caiu 0,1 ponto percentual
em outubro para 51,9% ao ano. A taxa média das empresas se manteve em 20,4% ao
ano.

Inadimplência

A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90
dias, para pessoas físicas, caiu 0,1 ponto percentual e ficou em 4,9% em
outubro. No caso das pessoas jurídicas, o indicador ficou estável em 3%. Esses
dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o
dinheiro captado no mercado.

De acordo com o Banco Central, a inadimplência das famílias
(pessoas físicas) continua no menor nível histórico, desde a série iniciada
pelo Banco Central em março de 2011. A explicação são os programas de
refinanciamentos e repactuações de dívidas em atraso.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas
pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de
infraestrutura) os juros para as pessoas físicas oscilaram 0,1 ponto percentual
para cima, para 7,7% ao ano. A taxa cobrada das empresas, porém, subiu em ritmo
maior, com alta de 1 ponto percentual, para 9,7% ao ano.

A inadimplência das pessoas físicas no crédito direcionado ficou
estável em 1,7% e a das empresas subiu 0,2 ponto percentual, para 2,2%.

Saldo dos empréstimos

Em outubro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos
bancos ficou em R$ 3,165 trilhões, com recuo de 0,2% no mês, mas com expansão
de 2,4% no ano. Em 12 meses, a expansão foi de 3,5%. Esse estoque do crédito
corresponde a 46,3% de tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto
(PIB). Isso representa queda de 0,3 ponto percentual em relação a setembro
(46,6%).


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