Juros do cheque especial sobem para 324,7% ao ano em janeiro de 2018

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 15:01
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:35
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Consumidor deve evitar usar cheque especial, que teve aumento nos juros de 324,7%

A taxa de juros do cheque especial continua subindo
e chegou a 324,7% ao ano, em janeiro, de acordo com dados do Banco Central
(BC), divulgados nesta terça-feira, 27 de fevereiro, em Brasília. Em relação a
dezembro, o aumento foi de 1,7 ponto percentual.

Outra alta taxa de juros é a do rotativo do cartão
de crédito, que atingiu 241% ao ano em janeiro, com aumento de 7,1 pontos
percentuais em relação a dezembro. Essa é a taxa para quem paga pelo menos o
valor mínimo da fatura do cartão em dia.

Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram
ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura caiu 14,6 pontos, indo, em janeiro,
para 387,1% ao ano. Com isso, a taxa média da modalidade de crédito ficou em
327,9% ao ano, com queda de 6,9 pontos percentuais em relação a dezembro.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor
quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo
dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras transferem a dívida
para o crédito parcelado, seguindo regra estabelecida pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) no ano passado.

A taxa do crédito parcelado aumentou 3 pontos
percentuais para 171,5% ao ano, no primeiro mês do ano. A taxa média de juros
para as famílias subiu 0,7 ponto percentual para 55,8% ao ano, em janeiro. A
taxa média das empresas também cresceu 0,7 ponto percentual: agora é de 22,3 %
ao ano.

Inadimplência do crédito fica estável
em 5,2%

A inadimplência do crédito, considerados atrasos
acima de 90 dias, para pessoas físicas, ficou estável em 5,2%. No caso das
pessoas jurídicas, houve alta de 0,3 ponto percentual para 4,8%. Esses dados
são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar dinheiro
captado no mercado.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com
regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores
habitacional, rural e de infraestrutura) os juros para as pessoas físicas
subiram 0,2 ponto percentual e atingiram 8,2% ao ano.

A taxa cobrada das empresas cresceu 0,9 ponto
percentual: 11,7% ao ano. A inadimplência aumentou 0,4 ponto percentual para
famílias (2,1%) e 0,1 ponto percentual para as empresas (1,3%).

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC,
Fernando Rocha, avaliou que embora tenha havido alta em janeiro, as taxas de
juros, quando analisadas em períodos mais longos, estão se reduzindo. “As taxas
de juros têm se reduzido se olhar em períodos mais longos, de 12 meses”, disse.

Ao ser questionado sobre o efeito das reduções
recentes na taxa básica, a Selic, Rocha acrescentou que como os juros cobrados
do consumidor são altos no país, todos gostariam que a queda fosse mais rápida.
A Selic está atualmente em 6,75% ao ano.

Em 12 meses, a taxa de juros média cobrada das
famílias caiu 17,4 pontos percentuais. No caso das empresas, houve redução de
6,4 pontos percentuais.

Volume de crédito

O saldo de todas as operações de crédito concedido
pelos bancos ficou em R$ 3,066 trilhões, com redução de 0,8%, no mês. Em 12
meses, houve retração de 0,3%. Em relação a tudo o que o país produz – Produto
Interno Bruto (PIB) – o volume correspondeu a 46,6%, com redução de 0,5 ponto
percentual em relação a outubro.


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