Juros dificultam acesso ao crédito para micro e pequenas indústrias

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  • Publicado em 26 de dezembro de 2017 às 09:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:29
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Mesmo com a redução do juro básico, taxas de juros são o principal empecilho para linhas de crédito

Anunciado no último dia 6 de novembro, a Selic atingiu mínima histórica de 7% ao ano. A baixa, no entanto, não refletiu na queda dos juros reais, que para 45% dos micro e pequenos industriais do Estado de São Paulo, representa a principal dificuldade para conseguir empréstimos ou financiamentos. O dado é da 57ª rodada do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) ao Datafolha.

Em tempos de crise e pouco dinheiro em caixa, as linhas de crédito significariam uma saída para as MPIs. Essa falta de recursos pode ser medida, por exemplo, pelo índice do capital de giro, que mostra que em novembro, subiu de 44% para 50% o total de micro e pequenas indústrias que não o possuem em nível suficiente. Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, “a escassez de linhas de financiamento de capital de giro para as indústrias é um dos principais entraves à sobrevivência das empresas”.

Dificuldades com o 13º Salário

O estudo ainda mostra que 65% dos empresários tiveram dificuldade em pagar o 13º salário dos funcionários e 45% veem mais dificuldade em fazê-lo agora do que em 2016.

Futuro próximo

Com isso, as expectativas dos dirigentes de MPIs em relação ao cenário econômico nacional não são muito otimistas. A pesquisa demonstra que subiu de 33% para 38%, entre setembro e novembro, o número de MPIs que acreditam que a inflação vai crescer.

Outro fator analisado pela categoria foi o desemprego no Brasil. Ao todo, 31% da categoria econômica acredita que irá aumentar o índice de pessoas desocupadas. A expectativa em relação ao poder de compra dos salários também é pessimista. Passou de 23% para 38% o índice dos que acreditam que haverá queda no poder de compra, e de 27% para 23% o dos que veem alta, enquanto os outros 38% avaliam que o poder de compra ficará como está.

Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, “o quadro para as micro e pequenas indústrias continua instável, na dependência de mais políticas públicas, linhas de crédito e aquecimento do mercado interno”.

A Pesquisa

O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como sinalizador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em de São Paulo.

A íntegra das 57 pesquisas Simpi/Datafolha, desde março de 2013, está disponível no site da entidade (http://www.simpi.org.br).


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