Investimento na pequena empresa atinge segundo pior patamar do ano

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de setembro de 2018 às 16:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:02
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Desconfiança na economia, alta dos juros e desemprego são fatores determinantes para este setor

Dados apurados pela
Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC Brasil) mostram que a intenção de investimento do micro e
pequeno empreendedor caiu 1,7 ponto no mês de agosto e atinge o segundo pior
patamar do ano.

Com 39,3 pontos em
agosto contra 40,9 em julho, em uma escala de zero a 100, o indicador só não
ficou atrás do mês de junho, período marcado pela greve dos caminhoneiros.

O índice revela que apenas um terço (33%) dos micro e pequenos
empresários estão interessados em promover melhorias no seu negócio, contra 53%
dos que não farão qualquer tipo de investimento. Segundo eles, 36% dos
entrevistados justificaram a baixa recuperação da economia como motivo para não
investirem; outros 36% afirmaram que não veem necessidade; e 19% estão
aguardando retorno de alguma melhoria realizada recentemente.

Do universo de quem vai investir nos próximos três meses, o
estudo aponta que mais da metade (56%) usará dinheiro do próprio bolso, sendo
que 10% irá vender algum bem para conseguir realizar as melhorias, e somente
13% irão recorrer a empréstimos bancários.

Os investimentos pretendem aumentar as vendas ou conseguir
atingir a demanda estocada, e dentre os mais citados estão a ampliação dos
estoques (27%), compra de equipamentos maquinários (25%), reforma das
instalações da empresa (22%), e gastos com propaganda e comunicação (19%).

O SPC avalia que a baixa disposição na demanda de investimento
nas micro e pequenas empresas é justificada pela desconfiança do empreendedor
de uma retomada consistente da economia, além da dificuldade de assumir
compromissos financeiros de longo prazo até o final do processo eleitoral. Além
disso, a alta dos juros e o desemprego ainda retraem a demanda do consumidor.

Queda na demanda

Outro dado que demonstra a baixa confiança dos micro e pequenos
empresários brasileiros é a queda do Indicador de Demanda por Crédito, que
atingiu 3,3 pontos na passagem de julho para agosto (de 22,8 pontos para 19,5).

Em números percentuais, somente 10% dos entrevistados devem
contrair crédito para investir no seu negócio nos próximos três meses, enquanto
75% afirmaram que não devem tomar recursos emprestados. Sobre o desinteresse,
54% alegaram ter condições de usar recursos próprios; 29% apontaram os juros
altos; e 22% estão inseguros com a situação econômica do país.

Os Indicadores de Demanda por Crédito e de Propensão para
Investimentos do Micro e Pequeno Empresário levam em consideração 800
empreendimentos com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação,
incluindo capitais e interior. As micro e pequenas empresas representam 39% e
35% do universo de empresas brasileiras nos segmentos de comércio e serviços,
respectivamente.


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