Indústria paulista vai aumentar contratações em 24%, segundo Fiesp

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 14:44
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:35
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Setor mostra expectativa sobre crescimento, enquanto apenas 10% diz sentirem-se inseguros com economia

Os
empresários da indústria paulista mostraram que há expectativa de recuperação
do emprego para o setor em 2018, com 24,4% confirmando que pretendem aumentar o
número de vagas. Em 2017, apenas 16,5% disseram ter ampliado postos de
trabalho.

Ao
comparar os dois anos, a segurança jurídica da reforma trabalhista foi
justificativa para o aumento do quadro de empregados, considerado por 1,2% dos
entrevistados para 2017 e 8,9% para 2018. Os dados são da pesquisa Rumos,
divulgada nesta terça-feira, 27 de fevereiro, pela Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias (Ciesp).

Do
total de entrevistados, apenas 10% responderam que pretendem enxugar vagas este
ano, enquanto 63,5% querem manter as posições de trabalho estáveis. Em 2017,
43,2% declararam que reduziram seu quadro de empregado e 40,3% mantiveram os
postos de trabalho estáveis. A pesquisa, realizada com 509 empresas da
indústria de transformação no estado de São Paulo, aconteceu entre os dias 11 e
26 de janeiro de 2018.

O
aumento do portfólio de produtos da empresa foi um fator importante tanto para
as empresas aumentaram o quadro de empregados em 2017 quanto para as que
pretendem fazê-lo em 2018. Essa justificativa permaneceu no mesmo patamar na
comparação 2017 e 2018 (32,1% e 25,8%, respectivamente). Entre as empresas que
marcaram “outros motivos” para explicar o aumento do quadro tanto em 2017
quanto em 2018, praticamente todas apontaram o aumento da demanda por produtos.

De
acordo com a pesquisa, entre as empresas que ainda pretendem reduzir o quadro
de empregados em 2018, a justificativa é a perspectiva de aumento da
produtividade na indústria paulista, com investimento em automação da produção
e melhora do processo produtivo, indicada por 9,8% das entrevistadas, enquanto
que em 2017 esse cenário era avaliado por apenas 0,5% delas. Esse fator,
segundo a pesquisa Rumos, pode indicar uma melhora da competitividade da
indústria paulista. No ano passado, o cenário apresentado para o fechamento de
vagas era a redução do número de turnos e menor espaço da área administrativa e
comercial, considerado por 25% e 23,6% das empresas.

A
pesquisa mostra ainda que 29,8% das indústrias buscarão empregados mais
qualificados para as novas vagas do que os que empregava antes da crise
econômica; 60,5% querem funcionários tão qualificados quanto os que empregavam
antes da crise e 4,8% buscam menos qualificados do que os que empregavam antes
da crise econômica.

Segundo
apontou a pesquisa, uma justificativa importante para as empresas que não
pretendem aumentar o emprego em 2018 é a de que ainda não estão sentindo a
recuperação da produção. “No entanto, dados econômicos recentes apontam para a
consolidação da recuperação econômica deverá ganhar força em 2018”, avaliou a
entidade. Caso esse cenário se estabeleça, 44,4% das entrevistadas afirmaram
que precisarão ampliar o número de empregados, já que estão trabalhando com o
quadro enxuto.

Enquanto
isso, 52,8% afirmam que não precisarão aumentar muito o quadro de empregados.
Entre essas indústrias, a justificativa é a de que ainda estão com excedente de
emprego (42%) e que já investiram ou pretendem investir em melhora de processo
produtivo (42%), pretendem investir em terceirizados, 19,3%, e há empregados em
layoff ou redução de jornada que poderiam retornar (3,3%).


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