Importação de automóveis aumenta 48% após fim do Inovar Auto em 2017

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 2 de abril de 2018 às 22:38
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:39
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Em valores, o país importou US$ 922 milhões em automóveis de passageiros de janeiro a março

Sem o programa
Inovar Auto, que sobretaxava compras de automóveis de fora do Mercosul e do
México, a importação de automóveis cresceu 48% no primeiro trimestre de 2018 em
relação ao mesmo período do ano passado, informou na última segunda-feira, 02
de abril, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Nos três primeiros meses do ano, o Brasil importou 50.876 veículos de
passageiros, contra 34.342 unidades no primeiro trimestre de 2017.

Em valores, o país importou US$ 922 milhões em automóveis de
passageiros de janeiro a março, alta de 76% na comparação com os US$ 540
milhões importados no mesmo período de 2017.

Atualmente, o
governo negocia um novo regime automotivo, o Rota 2030, que não foi anunciado
até agora.

De 2012 a 2017, o Inovar Auto cobrou alíquota adicional de 30
pontos percentuais de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos
produzidos fora do Brasil. A exceção foram Argentina e México, com os quais o
Brasil estabeleceu cotas de importação que podiam escapar da sobretaxa.

Com o término do Inovar Auto, no fim do ano passado, os demais
países passaram a vender carros para o Brasil em condições de igualdade com
México e Argentina. Mesmo assim, esses dois países concentraram 60% do
crescimento das importações de veículos neste ano. “Nossa análise mostra que a
principal parcela do crescimento se dá em razão do aumento das compras
internas, pois a origem são países que já têm acordo automotivo com o Brasil,
como Argentina e México, e que não eram objeto de alíquota adicional”, disse o
secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
Serviços, Abrão Neto.

De acordo com Abrão
Neto, entre os países sem acordo automotivo com o Brasil, que responderam pelos
40% de crescimento restante no primeiro trimestre, destacam-se a Alemanha, os
Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão.

O crescimento das importações em ritmo superior ao aumento das
exportações fez o saldo da balança comercial recuar em março. No mês passado, o
Brasil exportou US$ 6,281 bilhões a mais do que importou, queda de 12% em
relação ao saldo positivo de US$ 7,136 bilhões em março do ano passado.

Para este ano, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
Serviços projeta superávit da balança comercial em torno de US$ 50 bilhões,
abaixo do saldo positivo recorde de US$ 67 bilhões obtido no ano passado.
Segundo Abrão Neto, o recuo deve-se à recuperação da economia, que está fazendo
a população brasileira retomar o consumo de mercadorias importadas.

Apesar da alta nas importações de automóveis, o secretário diz
que o crescimento das importações está sendo salutar porque parte da alta está
se destinando à aquisição de bens usados na produção. Nos três primeiros meses
do ano, a compra de bens de capital (máquinas e equipamentos) cresceu 18,2%, e
a importação de bens intermediários (insumos) subiu 9,8% em relação ao primeiro
trimestre do ano passado. Em contrapartida, a compra de bens de consumo subiu
18,8%.


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