Homens sentem dificuldade para lidar com sucesso das parceiras

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de julho de 2018 às 19:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:53
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É cada vez mais comum nos dias de hoje priorizar a carreira em detrimento de um relacionamento amoroso

Hoje, o mundo um novo
momento em que as pessoas costumam investir em diferentes aspectos da vida ao
mesmo tempo e, isto, algumas vezes, pode significar priorizar a carreira em
detrimento de um relacionamento amoroso, por exemplo, ou até mesmo dedicar mais
tempo para vida profissional do que para a vida pessoal.

Esse comportamento,
inclusive, já foi até objeto de estudos que comprovaram que as mulheres
brasileiras hoje casam e têm filhos mais tarde, em geral depois dos 35 anos.

Segundo as psicólogas e terapeutas de
casal, Marina Simas de Lima e Denise Miranda de Figueiredo, fundadoras do
Instituto do Casal, para quem já é casado pode ser um verdadeiro desafio
conciliar a vida profissional e afetiva. “Ultimamente, muitas mulheres comentam
que se sentem sufocadas no casamento, por conta do controle que o parceiro
exerce em relação à vida profissional delas, beirando, em alguns casos, uma
espécie de ‘sabotagem’.

Muitas mulheres precisam viajar
constantemente por conta do trabalho, dedicar mais tempo para a vida
profissional, fazer cursos, treinamentos, etc. Estes aspectos acabam virando
motivo para brigas e discussões. Alguns homens sentem a necessidade de querer
controlar ou restringir a vida profissional da mulher por conta do ciúme ou da
insegurança, pois podem pensar que nestes momentos profissionais a parceira
estaria mais exposta a conhecer outras pessoas, por exemplo, observa Marina.

Outro ponto, segundo as
psicólogas, é que o modelo patriarcal que ainda existe no Brasil, pode fazer
com que o homem se sinta ameaçado por ter ao seu lado uma mulher tão
independente. Pode ainda se sentir deixado de lado ou pensar que o trabalho é
mais importante para a parceira do que o relacionamento, comentam as especialistas.

Conflito pode levar à separação

As mulheres hoje ocupam cargos de
liderança, estão nas universidades, são atuantes e gostam de trabalhar, na
maioria dos casos. A parceria no casamento também implica em que o casal
incentive um ao outro a crescer profissionalmente e todo crescimento envolve
certas perdas, a tal ‘dor do crescimento’, aponta Marina. “Mas claro que isso
não significa que o casamento deve ser deixado de lado por conta do trabalho e
nem que o homem deve restringir ou colocar barreiras na vida profissional da
mulher. Infelizmente, os comportamentos dos homens podem impactar nas escolhas
das mulheres no futuro profissional delas, assim como no futuro da vida da
dois”, reflete Denise.

Como resolver o impasse

A questão é que os casais precisam
ter bom senso, de ambos os lados, e isso nem sempre ocorre. “O que mais
acontece são atitudes como chantagem emocional, excesso de ciúmes ou controle
excessivo sobre as atividades profissionais do outro. E isso é mais comum nos
homens em relação às mulheres”, diz Denise. Porém, as terapeutas lembram que isso
pode acontecer também com casais do mesmo sexo ou ainda com a mulher em relação
ao homem.

Na recente pesquisa feita pelo
Instituto do Casal, o excesso de tempo dedicado ao trabalho ocupou o 12º lugar
no ranking dos 35 motivos que levam os casais brasileiros a brigarem. “Embora
não esteja entre as principais razões das famosas ‘DRs’, é preciso encontrar um
ponto de equilíbrio entre o tempo dedicado ao trabalho e ao relacionamento”,
dizem as especialistas.

Quem ama quer ver o outro crescer

Sem dúvida, o amor é importante é
pode ser o fator decisivo para continuar na relação ou para seguir a vida
sozinho. “Quem ama quer ver o bem do outro, quer ver o crescimento do outro,
quer participar do sucesso do outro. O amor também é feito de flexibilidade,
compreensão e incentivo”, diz Denise. “Por outro lado, quem precisa de mais
tempo para se dedicar à vida profissional também necessita investir tempo no
casamento. O segredo, portanto, é encontrar o ponto de equilíbrio e desempenhar
todos os papéis que a vida exige. Não é fácil, mas é preciso e é possível”,
encerram Marina e Denise.


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