Homem curado de câncer terminal com tratamento inédito morre em acidente

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 01:38
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:09
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Vamberto Luiz de Castro estava em estado terminal quando foi tratado com a terapia genética em Ribeirão

O homem que foi curado de um câncer em estado terminal com um tratamento inédito na América Latina, morreu neste mês em Belo Horizonte após um acidente. 

De acordo com a Polícia Civil, o corpo de Vamberto Luiz de Castro, de 64 anos, deu entrada no Instituto Médico Legal em 11 de dezembro e saiu no mesmo dia.

O acidente provocou um traumatismo craniano grave em Vamberto, que não resistiu. Os parentes do homem não quiseram se manifestar.

De acordo com amigos da família, a missa de sétimo dia de Vamberto foi na última terça-feira, 17 de dezembro. O enterro foi no Cemitério Parque Renascer, em Contagem, na Grande BH.

Vamberto estava em fase terminal de um linfoma muito agressivo nos ossos, quando procurou o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto para tentar um tratamento ainda experimental no Brasil, inédito na América Latina, com uma equipe da Universidade de São Paulo (USP).

Ele teve alta em outubro após apresentar melhora considerada cura com a terapia genética descoberta no exterior e conhecida como CART-CeII.

Antes de se submeter ao tratamento inédito custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Vamberto tomava doses máximas de morfina diariamente e não conseguia mais andar. O tumor havia se espalhado pelos ossos. 

No início de setembro, o corpo do paciente estava tomado por tumores. Já após o tratamento, a maioria deles já havia desaparecido. E os que restavam, segundo os médicos, sinalizavam a evolução da terapia

Vamberto afirmou em entrevista após receber alta: “hoje, o que eu quero, de verdade, é que aconteça para todas as pessoas que passam por isso o que aconteceu com a gente. A gente vai ter que fazer alguma coisa para buscar o apoio. Este benefício tem que atingir um número bem maior de pessoas”, disse.

No EUA, os tratamentos comerciais já receberam aprovação e podem custar mais de US$ 475 mil.


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