OMS pede urgência para ampliar testes e acesso a tratamento de hepatites

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de julho de 2018 às 15:57
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:54
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Dados do Ministério da Saúde revelam que o Brasil registrou 40,1 mil novos casos de hepatites virais em 2017

No Dia Mundial de Luta Contra as
Hepatites Virais, lembrado neste sábado, 28 de julho, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) alerta para a necessidade de ampliar a testagem e o acesso ao
tratamento contra a doença. De acordo com os dados mais recentes da entidade,
em todo o mundo, menos de 20% das pessoas tinham acesso à testagem e a serviços
de saúde específicos para hepatites em 2016.

Os números da OMS mostram que as
hepatites B e C afetam 325 milhões de pessoas. Se não forem tratadas, as
infecções podem provocar câncer de fígado e cirrose que, juntos, causaram mais
de 1,3 milhão de mortes em 2015. “Precisamos acelerar o progresso para alcançar
nossa meta de eliminar a hepatite até 2030”, disse em nota o diretor-geral da
entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Um dos países mais atingidos pela
hepatite é a Mongólia, onde mais de 10% dos 3 milhões de habitantes vivem com
infecção crônica provocada pelo vírus. Em 2017, o país deu início a um programa
que, ao longo do primeiro ano, testou mais de 350 mil pessoas. Mais de 70% delas
foram diagnosticadas com a doença e passaram a receber tratamento para a
infecção. A meta do governo local é testar 1,8 milhão de pessoas com mais de 15
anos para a doença

Brasil

Dados do Ministério da Saúde revelam
que o Brasil registrou 40,1 mil novos casos de hepatites virais em 2017. Os
casos de hepatite A, comumente transmitida por água e alimentos contaminados,
mais que dobraram entre homens de 20 a 39 anos. No estado de São Paulo, o
número saltou de 155 casos, em 2016, para 1.108 em 2017. O município de São
Paulo, em 2017, notificou 786 casos de hepatite A, dos quais 302 foram
atribuídos a transmissão sexual.

A vacina para hepatite A está
disponível no SUS e é oferecida para crianças a partir de 15 meses a 5 anos de
idade incompletos. No estado de São Paulo, a vacinação também está disponível
também para homens que fazem sexo com homens.

Em relação à hepatite B, o país
registrou 14,7 mil casos em 2016 e 13,4 mil em 2017. A transmissão se dá por
sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos
perfuro-cortantes e por transmissão vertical (da mãe para o filho, durante a
gestação).

A vacina para hepatite B está
disponível no SUS para todas as pessoas. Em crianças, o esquema é feito em
quatro doses, sendo a primeira ao nascer. Nos adultos que não se vacinaram na
infância, são três doses. Em 2017, foram distribuídas 18 milhões de vacinas
para todo o país e atualmente, 31,1 mil pacientes estão em tratamento para a
doença.

A hepatite C acomete, principalmente,
adultos acima de 40 anos. Foram notificados, desde o final da década de 90,
331,8 mil pessoas com a doença no país, sendo 24,4 mil casos registrados em
2017. O tratamento com os antivirais de ação direta, disponível na rede pública
desde 2015, apresenta taxas de curas superiores a 90%. A doença é transmitida
por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos
perfuro-cortantes.


+ Saúde