Governo Federal tira do MEI várias profissões. Veja se sua atividade foi excluída

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 7 de dezembro de 2019 às 16:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:06
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Cantor, músico, DJ, instrutor de arte, motorista de aplicativo e quitandeiro são algumas categorias atingidas

​O aumento da informalidade no setor de cultura , apontado pelo Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pode se tornar ainda maior a partir do ano que vem.

A razão é a Resolução nº 150, publicada no Diário Oficial da União (DOU) na sexta-feira (6) pelo Ministério da Economia , que exclui uma série de ocupações ligadas à cultura do sistema de Microempreendedor Individual (MEI), a partir de 1º de janeiro.

Pela resolução elaborada pelo Comitê Gestor do Simples Nacional, foram excluídas 17 ocupações, dentre elas seis ligadas diretamente ao setor cultural: Cantor/Músico Independente; DJ/VJ; Humorista/Contador de Histórias; Instrutor de Arte e Cultura/ Instrutor de Música.

Outras três subclasses, voltadas ao desenvolvimento e licenciamento de programas de computador, também podem ter impacto no setor. 

A mesma resolução incluiu outras cinco categorias no MEI, como motorista de aplicativo, serralheiro e quintandeiro.

Ao aderir ao programa de Microempreendedor Individual, o profissional que fatura até R$ 81 mil por tem a possibilidade de ter um CNPJ, emitir notas fiscais por um custo fixo de R$ 55,90 ao mês e de contribuir para o INSS.

Quem optar por transformar o registro de MEI em Micro Empresa (ME), passa a ter uma tributação fixa por cada nota emitida, com percentual definido por cada categoria, além de despesas mensais obrigatórias de contabilidade.

O tema repercutiu em redes sociais e grupos de whatsapp de artistas e produtores culturais. O temor é de muitos profissionais do mercado, que hoje atuam como MEI, voltem à informalidade. 

Segundo o estudo divulgado pelo IBGE, este percentual de trabalhadores aumentou de 38,3% em 2014 para 45,2% em 2018.

A análise leva em conta tanto trabalhadores com carteira assinada quanto trabalhadores que contribuem para a previdência social, mesmo que autônomos.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), uma das fontes de dados usados pelo IBGE no estudo, o setor cultural ocupava, em 2018, mais de 5 milhões de pessoas, representando 5,7% do total de ocupados no país.

O programa de Microempreendedor Individual completou 10 anos em 2019. 

Segundo dados divulgados pelo Sebrae, o MEI é a única fonte de renda de 1,7 milhão de famílias no Brasil e foi responsável por tirar mais de 2 milhões de empreendedores da informalidade.


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