Governo elabora primeiro protocolo para tratamento da obesidade

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 9 de setembro de 2018 às 21:01
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:00
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Prazo para contribuições da sociedade civil termina na próxima terça-feira, 11 de setembro

O Ministério da Saúde abriu uma
enquete pública para elaborar o primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas (PCDT) para tratamento de casos de obesidade e sobrepeso. O
documento poderá receber contribuições de representantes da sociedade civil e
profissionais de saúde até o próximo dia 11 de setembro.

Segundo o Ministério, o objetivo é
aprimorar e qualificar o atendimento e a conduta terapêutica de pacientes na
atenção básica e especializada no Sistema Único de Saúde (SUS).

A pasta alerta que a adoção do
protocolo pode contribuir para prevenir e controlar a obesidade e o sobrepeso
no país, além de garantir mais segurança e efetividade clínica e científica aos
profissionais de saúde.

A obesidade é uma das doenças que
mais tem crescido nos últimos anos em nível global. Dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS) mostram que os índices de obesidade e sobrepeso quase
triplicaram desde 1975. Em todo o mundo, existem pelo menos 650 milhões de
obesos. No Brasil, um em cada cinco pessoas estão obesas e mais da metade da
população das capitais estão com excesso de peso, segundo a Pesquisa de
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel).

O impacto sobre o Sus também tem
crescido. Em 2012, a rede pública realizou pouco mais de mil cirurgias
bariátricas e reparadoras de pacientes obesos. O número de intervenções subiu
para 8,1 mil, em 2016, segundo o Ministério da Saúde.

Participação

A Sociedade Brasileira de
Endocrinologia convocou a participação de endocrinologistas na elaboração do
protocolo. A Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) também se manifestou
favorável à contribuição dos nutrólogos para elaborar o protocolo, devido à
preocupação com a gravidade e o aumento da doença na população.

 “A obesidade é uma doença
crônica e multifatorial, que vai desde meio ambiente até condição de
alimentação, meios de saúde e até genética. Por ser considerada uma doença
crônica, infelizmente, se você para de tratar, ela volta. Ela é responsável por
mais de 30 patologias, desde a hipertensão, diabetes, colesterol elevado,
infarto, acidente vascular cerebral e até câncer”, alertou Dimitri Homar,
representante da regional da Abran, em Brasília.

Uma das demandas que o especialista
coloca é a volta de medicamentos de baixo custo que auxiliavam no tratamento da
obesidade e foram retirados do mercado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).

O Ministério da Saúde explicou que a
enquete garante a participação popular desde a primeira etapa do processo de
elaboração do protocolo, que ainda deve passar por consulta pública para
deliberação final.


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