Governador de MG, Romeu Zema vende rede de postos a Grupo francês

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 22 de novembro de 2018 às 18:14
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:11
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Valor oficial da transação não foi divulgado, mas é estimado em torno de R$ 500 milhões

O grupo francês de energia Total comprou a rede mineira de postos de combustíveis Zema, que pertence à família do futuro governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). O valor da transação não foi divulgada oficialmente, estimada em cerca de R$ 500 milhões. 

A compra marca  a entrada da companhia francesa em distribuição de combustíveis no País.

O Grupo Zema é dono de cerca de 300 postos de combustíveis e lojas de conveniência, boa parte em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. A  Zema Petróleo é a divisão de maior faturamento do grupo mineiro, fundado em Araxá em 1923 pela família mineira.

Com faturamento de cerca de R$ 4,4 bilhões no ano passado, o grupo Zema atua em diversos negócios – de lojas de varejo de móveis, eletrodomésticos e vestuários, concessionárias de veículos a serviços financeiros. Só a divisão de distribuição de combustíveis fatura R$ 2,5 bilhões.

Total

A Total é uma das maiores empresas no setor de energia mundial que produz e comercializa combustíveis, gás natural e eletricidade de baixo carbono, com 100 mil funcionários.

Com ativos em mais de 130 países, a ambição da empresa é se tornar a principal empresa de energia do mundo.

A empresa já opera no país desde 1975 no setor de petróleo, sendo sócia com 20 por cento de participação na área de Libra, a maior reserva petrolífera do país, em parceria com a Petrobras.

A francesa também tem uma aliança estratégica com a estatal brasileira que incluiu a transferência de 35 por cento dos direitos no campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos –a área está em produção desde o final de 2016. 

A Petrobras  também fechou negócio para transferir 22,5 por cento de seus direitos na área de Iara, também no pré-sal.

Em 2014, a petroleira esteve prestes a adquirir um outro ativo no País, a rede Ale, mas as negociações pararam após a morte do presidente do grupo francês, Christophe de Margerie.

Concentrado 
O mercado de distribuição de combustíveis no Brasil é altamente concentrado. As três maiores empresas do setor – BR Distribuidora, controlada pela Petrobras; Raízen (joint venture Cosan e Shell) e Ipiranga (do grupo Ultra) – detêm juntam mais de 70% de participação. Os poucos ativos à venda desse setor são controlados pelas chamadas companhias de “bandeira branca” (não filiadas às grandes marcas internacionais ou nacionais).

A última grande transação desse mercado foi a venda do controle da Ale para a suíça Glencore, em junho deste ano. Considerada a grande joia do setor, a Ale, quarta maior rede de postos do País, com cerca de 1,5 mil unidades e cerca de 4% de participação no mercado nacional, já tinha sido sondada por várias empresas. 

Além da Total, a Raízen já tinha analisado o negócio no passado. Em 2016, a Ale recebeu uma proposta de R$ 2,2 bilhões do grupo Ipiranga por 100% da rede de postos, mas a operação foi barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2017, alegando concentração no setor. Com a compra da Zema, a Total terá menos de 1% do mercado.

Zema
Fundado em 1923, em Araxá, em Minas Gerais, o Grupo Zema é um dos maiores conglomerados empresariais do país. Há mais de 15 anos, faz parte dos rankings nacionais e regionais das melhores empresas para se trabalhar.

Presente em dez estados brasileiros e com cerca de 5,3 mil colaboradores, atua em diferentes segmentos, com destaque para lojas de varejo, com móveis, eletrodomésticos e vestuários, concessionárias de veículos e serviços financeiros.


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