Gilson mantém servidor de confiança que fez ameaça a vereadores por WhatsApp

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 16:01
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:23
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​Segundo informações do gabinete, o comissionado está lotado no parque Fernando Costa

Apesar da repercussão negativa sobre o seu governo, o prefeito Gilson de Souza (DEM) manteve nos quadros de servidores comissionados, que exercem cargos de confiança, de livre exoneração e nomeação por Gilson, o funcionário acusado de preferir ameaças a dois vereadores.

A situação ocorreu quando o comissionado divulgou áudio em um grupo de WhatsApp composto por apoiadores de Gilson dizendo que “acabaria com a vida” dos vereadores Adermis Marini (PSDB) e Marco Garcia (PPS).

Os vereadores, indignados com a postura do comissionado, fizeram boletim de ocorrência para que a Polícia Civil apure a eventual ameaça. Até mesmo vereadores da base governista ficaram indignados com a fala do funcionário, que estava lotado no gabinete de Gilson.

O prefeito chegou a remanejar o servidor para o núcleo de formação de atletas e iniciação esportiva, mas houve pressão em razão da proximidade com os jovens e crianças de um servidor que responde a um inquérito por ameaça. Ele, então, foi remanejado, segundo fontes próximas a Gilson, para o parque de exposições.

A história

Os áudios gravados foram gravados pelo servidor, que foi nomeado no dia 21 de janeiro para o cargo de assessor de unidade pelo próprio prefeito Gilson de Souza.

No áudio, o comissionado diz o seguinte: “Precisamos divulgar o trabalho de prefeito e acabar com a vida desse tal de Adermis mais esse tal de Marco Garcia para parar de falar mal do prefeito”.

Ele exorta ainda os demais participantes do grupo “Notícias de Franca” a seguirem os seus conselhos e se posicionarem contra os vereadores. “Acho um absurdo um grupo grande como esse ficar calado diante da situação que esse Adermis Marinho, junto com esse pessoal da Prefeitura. Vamos ficar calados ou defender o prefeito nessa luta?”, questionou, trocando inclusive o sobrenome de Adermis, que é Marini, por Marinho.

O comissionado também destaca suas próprias e supostas qualidades. “Quero deixar bem claro. Não pedi cargo. Sou capacitado e o prefeito viu em mim essa capacidade”, afirma. Porém, em seu currículo, no site da Prefeitura, consta a escolaridade como “Ensino Básico” e o curso profissionalizante de “informática básica”.

O homem afirma ainda que “os que trabalham contra a cidade de Franca, que não aprovam os projetos, já são vereadores e trabalham para ser prefeito. Tudo que o prefeito coloca eles estão trabalhando contra”.

Ele ainda demonstra irritação e fala novamente em tom de ameaça contra a pessoa que teria “vazado” o seu áudio para os vereadores. “Temos uma ovelha negra no nosso grupo, que passou para o Adermis Marinho o que está acontecendo no grupo. Ontem andei fazendo umas gravações e o Adermis Marinho já está sabendo, inclusive me notificou para eu estar na Câmara de Franca e que vai levar as gravações para a Promotoria Pública. Gostaria que esse lobo, covarde, canalha, queria que se manifestasse quem fez isso. Se fosse homem de verdade, não estaria entregando o grupo para o adversário. Vamos ser mais fiéis, porque o Adermis não vai proteger você não. Se o prefeito nomeou você (…) Não vamos transformar isso num campo minado. É um cara sem caráter, não merece a oportunidade que o prefeito deu para ele. Você é um covarde, seja homem, venha aqui falar comigo”, declarou o funcionário de confiança de Gilson de Souza.


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