Gilson ignora conselhos de sua equipe e responde a processo por improbidade

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de janeiro de 2019 às 08:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:18
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Prefeito renovou contrato para pagar aluguel em prédio desocupado, ignorando a própria equipe

Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Se o prefeito de Franca, Gilson de Souza (DEM), tivesse respeitado este dito popular, a esta altura teria evitado um processo por improbidade administrativa que tramita na Vara da Fazenda Pública da Justiça local.

Gilson é processado, por iniciativa do Ministério Público, por improbidade administrativa, por ter pago durante praticamente um ano, o aluguel de um imóvel na Rua Antônio Bernardes Pinto, na Vila Chico Júlio, onde funcionava a Incubadora de Empresas, que não mais funcionava naquele espeço. 

Na ação civil pública movida pelo promotor de Justiça, Paulo César Corrêa Borges, consta que o político foi avisado que os pagamentos sem a utilização do local seriam ilegais por pelo menos dois de seus secretários. Não ouviu e, agora, é réu em um processo que pode lhe gerar vários problemas – financeiros e políticos.

Em depoimento prestado no MP, Flávia Lancha, então secretária de Desenvolvimento, disse que pediu a rescisão contratual, pois o projeto da Incubadora havia sido reestruturado e funcionando em novo endereço, num prédio da Prefeitura, na Rua Major Mendonça, na Cidade Nova. 

Flávia Lancha, de forma profissional e ética, informou no procedimento administrativo que não utilizaria mais o imóvel, inclusive solicitando a rescisão contratual, até porque o mesmo estava desocupado. Ainda assim, Gilson insistiu na renovação do contrato.

O ex-secretário de Assuntos Estratégicos, Thiago Comparini, disse ao promotor Paulo Borges que procurou Gilson de Souza pessoalmente e sugeriu que processo de renovação fosse encerrado e que deveria ser providenciado o encerramento da locação. “O prefeito disse que era para manter a locação, de forma taxativa e peremptória”, explicou o promotor de Justiça.

A secretária de Finanças, que permanece no governo, Tânia Bertholino, afirmou, também em depoimento ao Ministério Público que, verbalmente, “o prefeito Gilson de Souza disse que precisava do imóvel locado, pois pretendia implantar um projeto no local, sem especificar qual seria o projeto”.

Somente agora, com o processo em trâmite e para evitar que a conta aumente, Gilson deverá implantar no local aulas de judô, que antes ocorriam na Estação, próximo ao Internacional Esporte Clube. 

Gilson de Souza, como réu na ação de improbidade administrativa, corre o risco de ter os bens bloqueado e perder o cargo de prefeito e os seus direitos políticos por até cinco anos.


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