Fraudes em cartão de crédito nas transações de celular crescem no país

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de setembro de 2018 às 20:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:02
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Entre janeiro e agosto deste ano já foram detectados mais de 6,7 milhões de golpes ou 3,6 fraudes por minuto

O número de fraudes envolvendo
cartões de crédito em transações pelo celular tem aumentado no país. Segundo
levantamento do laboratório de cibersegurança da Psafe, entre janeiro e agosto
deste ano já foram detectados mais de 6,7 milhões de golpes envolvendo bancos
ou cartão de crédito no ambiente mobile. Ao todo, são 3,6 fraudes por minuto.

Ao todo, foram detectados 920 mil
golpes na internet com o objetivo de roubar dados financeiros de consumidores
para clonar cartões de crédito neste ano. Os meses de junho e julho tiveram os
maiores registros, com 343,5 mil e 388 mil respectivamente. Os menores índices
foram registrados em março (10 mil ataques) e abril (6,5 mil ataques). Neste
ano, já foram identificadas 5,8 milhões tentativas de golpes a bancos.

Especialistas da PSafe apontam que
não é ser possível determinar a motivação dos golpes. No entanto, o laboratório
avalia que os dados variam de acordo com a sazonalidade e “criatividade” dos hackers.
O aumento nos casos de golpes registrados nos meses de junho e julho podem
estar associados ao período de férias escolares, em que as famílias costumam
viajar mais e, consequentemente, usar mais o cartão de crédito.

Segundo os especialistas, hackers
têm se aproveitado cada vez mais de contextos reais para criar golpes com um
visual bastante crível, o que também influência o aumento dos casos de fraude.

O levantamento foi baseado na coleta
de dados de detecções e bloqueios de ciberataques aos aparelhos dos mais de 20
milhões de usuários com o aplicativo de segurança dfndr, nos referidos
períodos.

Alerta

De acordo com a diretora do
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Ana
Carolina Pinto Caram Guimarães, a pasta tem alertado os consumidores para
verificarem a procedência dos sites e, principalmente, desconfiar de
facilidades extremas oferecidas pelos estabelecimentos virtuais. “Quando se fala de fraude, vai além
de uma relação de consumo. É um crime praticado por pessoas que usam de má fé,
se apropriam de dados do consumidor para se beneficiar indevidamente. Alguns
benefícios oferecidos não são reais, são produtos com preços fora do valor real
de consumo, sites que não têm índole boa. Tudo que tem muita facilidade, a
gente convida o consumidor a ficar atento”, disse a diretora.

Segundo Ana Carolina Guimarães, o
consumidor deve ficar atento às suas movimentações financeiras e comunicar
imediatamente aos bancos ou às instituições financeiras caso verifique alguma
inconsistência. “Entre em contato com banco e peça o
cancelamento do que estiver em desacordo. O consumidor também tem seu papel de
verificar toda movimentação financeira. Os bancos ou estabelecimentos
comerciais que não cancelarem imediatamente ou que não cuidarem de suas
relações de consumo, como falha de segurança, vão responder juridicamente por
essas falhas”, acrescentou.

Segundo a diretora, instituições
financeiras têm aprimorado suas tecnologias para evitar golpes e fraudes aos
clientes. “Há o caso de um banco que instalou o reconhecimento digital nas
operações realizadas pelo celular e essa atitude reduziu mais de 80% nas
fraudes no sistema. É necessário o constante aperfeiçoamento das tecnologias
para que haja o efetivo combate desses golpes”, avaliou.

Dicas

Para evitar fraudes, a Secretaria
Nacional do Consumidor (Senacon) sugere que o usuário pesquise as opiniões dos
clientes do estabelecimento antes de realizar transações em plataformas de
venda on-line.

Além disso, o órgão aconselha os
compradores a buscarem empresas que forneçam o endereço físico no site,
CNPJ, e um telefone de atendimento ao consumidor; orienta ainda a desconfiar de
ofertas muito generosas e a comparar produtos similares em outros fornecedores.

A Senacon oferece ainda a plataforma Consumidor.gov.br, que reúne reclamações e avaliações dos clientes. O sistema permite a
interlocução direta entre consumidores e empresas para solução de conflitos de
consumo pela internet. Segundo o ministério, 80% das reclamações registradas no
sistema são solucionadas pelas empresas, que respondem às demandas dos
consumidores em um prazo médio de sete dias.


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