Francanos procuram pelo cultivo de plantas para fugir do desgaste do dia a dia

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  • Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 17:21
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:28
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Prática da jardinagem atrai cada vez mais pessoas por proporcionar benefícios como paz e relaxamento

Segundo o clichê, todo mundo precisa plantar uma árvore. Já faz um tempinho que este mandamento tem se tornado popular: todos devem plantar muitas árvores para anular os efeitos da emissão de gás carbônico na atmosfera. Simbologias e, razões à parte, plantar é bom. E não precisa ser só uma árvore, ou várias. Mas que tal um jardim?

Estar cercado pela natureza gera um sentimento benéfico de paz que acalma os sentidos em tempos tão estressantes. Mas a prática da jardinagem pode ir muito além dessa sensação e acabar por modificar aspectos da vida que de outra maneira gerariam conflitos pessoais, como a impaciência e a ansiedade.

Foi isso que percebeu a comerciante Mariana Costa Carvalho, 42 anos, que há alguns anos incorporou a jardinagem à sua vida. Os benefícios ela realmente colhe todos os dias. “Tornei-me uma pessoa mais observadora, mais paciente, aprendi a respeitar o tempo próprio de cada coisa com as plantas”, diz.

Em pequenos ou grandes espaços, em apartamentos ou ao ar livre, os jardins ganham atenção especial e funções mais diversificadas: meditação, gastronomia, relaxamento, sociabilidade. “Ter um hobby, segundo especialistas, é algo que libera a tensão e traz uma sensação de bem estar, seja ele colecionar selos ou cuidar de cães, por exemplo. No caso da jardinagem, os benefícios são intensificados, pois ambientes verdes são restauradores e podem melhorar o humor em qualquer época da vida”, destaca a psicóloga Elisângela Camargo.

De acordo com um estudo do Reino Unido, este tipo de atividade reduz o estresse, promove a capacidade de recuperação diante dos desgastes cotidianos e ajuda a estabelecer vínculos emocionais com o ambiente, auxiliando na prevenção de demências como o mal de Parkinson e o de Alzheimer, no caso dos idosos.

A equipe da Universidade de Medicina de Exeter mediu o impacto positivo do convívio com a natureza entre os idosos residentes em casos de cuidado. Cerca de metade deles possui demência ou os primeiros sintomas dela – o número aumenta para mais de 75% nas casas de repouso. De acordo com os cientistas, a jardinagem pode evitar o problema, pois promove o relaxamento, estimula a atividade e reduz a agitação dos moradores. Além do fato de o espaço ao ar livre facilitar a interação com visitantes, o que ajuda os mais velhos a estimular a memória.

Abusando das plantas

Além de ser um hobby cada vez mais procurado, o cuidado com as plantas e flores pode promover múltiplos resultados. Em Franca, o interesse pela jardinagem tem sido crescente, inclusive pela formação de horta orgânica. “Hoje atendo em média, 15 clientes ao mês que buscam projetos de jardinagem que vão desde os mais simples até os mais elaborados”, destaca a arquiteta e paisagista Maria Alice Porto de Souza, acrescentando não ser preciso um grande investimento para quem pretende se aventurar por esse universo tão fascinante.

E ainda que a pessoa não disponha de um espaço adequado, como um quintal, é possível lançar mão do cultivo das plantas em vasos e até mesmo usá-los como parte da decoração interna ou externa de uma casa. “Tudo depende de quanto o cliente pode pagar e do que ele tem em mente para aplicarmos de uma forma conveniente”, diz ela, que trabalha com projetos que podem custar a partir de R$ 100 até R$ 3 mil, dependendo da variedade de espécies a serem cultivadas bem como o seu estágio de desenvolvimento.

Como se vê, para começar a jardinar basta ter vontade. Arregace então as mangas e mãos na terra!