Franca: setor calçadista tem prejuízo de R$ 174 milhões e demite 3,4 mil

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 18 de abril de 2020 às 10:59
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:37
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Sindifranca prevê mais 1,6 mil demissões até maio, reflexo das medidas para conter coronavírus

Uma pesquisa feita pelo Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca (Sindifranca) aponta que o setor estima um prejuízo de pelo menos R$ 174 milhões por conta da restrição da produção e do fechamento do comércio por conta do novo coronavírus.

A entidade afirma também que os empresários preveem demitir 1,6 mil trabalhadores em abril. Outros 3,4 mil já foram desligados desde março.

A pesquisa foi feita com 64 das 160 indústrias do setor que são associadas ao sindicato. O número total de fábricas é estimado em 550 na cidade.

AS 64 empresas responderam que deixaram de produzir 1.944.270 pares de sapatos entre 20 de março e 12 de abril, quando as fábricas ficaram fechadas. 

Com um valor médio de R$ 90 por par, foi estimado o prejuízo em R$ 174.984.300.

As fábricas foram liberadas a retomar a produção no início da última semana, mas a prorrogação do fechamento do comércio derruba a demanda e, sem pedidos, nem todas voltaram a funcionar.

“Não existe previsão de o mercado retornar ainda mais agora que o governo lançou que a quarentena se estende até o dia 10 de maio. Então o que adianta as fábricas produzirem se as lojas estão fechadas?”, questiona a empresária Maysa Mitidieri.

Economista prevê 6 mil demissões no ano

O economista Adnan Jebailey estima que o setor terá uma redução de cerca de 6 mil postos de trabalho no ano em Franca.

“É um impacto muito negativo e cidade de Franca ainda depende muito da indústria calçadista para mover a roda da economia”, afirmou.

Segundo o economista, é preciso que o mercado global se recupere para que as indústrias do ramo na cidade voltem a produzir na mesma dimensão.

“A gente depende de um cenário internacional porque nem todos os calcados são comprados, eles são apenas produzidos aqui”. 

“Então a gente precisa de uma economia nacional voltar e da economia mundial também voltar a comprar. Isso só no médio prazo. A gente vai conseguir isso em torno do próximo ano ou nos anos subsequentes”.


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