Franca registra maior volume de chuvas em janeiro no estado de SP

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 23:48
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:19
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Município atingiu 379 milímetros em 29 dias, segundo a Somar. Enchentes se tornaram problema recorrente

Franca é a cidade do estado de São Paulo onde mais choveu em janeiro, segundo dados da Somar Meteorologia. 

O instituto apontou que, até a quarta-feira, 29 de janeiro, o município registrou 379 milímetros, volume 196% maior que no mesmo período em 2019, com 128 milímetros.

Além disso, o número ultrapassa a média histórica na cidade, que é de 323 milímetros.

A meteorologista Amanda Souza associa a chuva à aproximação de ar quente e úmido da Amazônia para as áreas centrais do país, além da formação de uma frente fria. Em janeiro, o município ficou sem precipitações somente por oito dias.

“Os dois sistemas acabaram provocando muita chuva. Estamos na época úmida do ano, então é normal chover mesmo. Nos últimos anos não chovia tanto no verão. Este ano aconteceu e pegou todo mundo de surpresa”, diz.

A meteorologista afirma que janeiro é o mês mais chuvoso desde 2017.

“Os acumulados em um pequeno intervalo de tempo é que têm sido a grande preocupação. É comum durante essa época do ano, principalmente no verão, depois de um dia bem quente, temperaturas bem elevadas, a chuva vem no final da tarde em forma de pancadas fortes”, comenta.

Para os próximos 30 dias, a expectativa é de mais chuva, segundo a Somar.

“Tem a combinação de calor e de umidade, lembrando que, no verão também têm as altas temperaturas, e isso acaba servindo de combustível para os temporais. Tem muita chuva para acontecer”, diz a meteorologista.

Enchentes

As precipitações deste ano, com janeiro mais chuvoso, expõem a incapacidade de escoamento pluvial no município, um problema crônico de quem vive nas regiões mais baixas da cidade, onde o volume de chuva se concentra e alaga as avenidas Hélio Palermo e Doutor Ismael Alonso y Alonso.

Em fevereiro do ano passado, os estragos foram ainda maiores após uma chuva de quase duas horas. 

A água invadiu o prédio de uma universidade e várias lojas. Além disso, carros foram arrastados pela enxurrada.

Preocupados, os moradores que moram ou passam diariamente pela região de alagamentos não sabem o que fazer. 

A autônoma Irís Luzia dos Santos diz que, quando os córregos dos Bagres e Cubatão transbordam a situação se agrava.

“Quando os córregos enchem é um perigo. A gente fica sem saber o que fazer, com medo de ir embora, descer nas marginais. Está difícil, chovendo demais, muito. Antes estava um calor, de repente veio a chuva com frequência”, comenta.

O analista de sistemas Ronei Cardoso afirma que a chuva não dá trégua, principalmente, no período noturno, assim, a preocupação é maior. 

“A gente tem evitado passar em alguns lugares, pois quando chove tem a questão de alagamentos. Janeiro, esse ano, deu uma caprichada em relação à chuva”, completa.

Movimento no comércio

Por outro lado, o tempo instável foi favorável para os comerciantes que vendem itens de proteção contra a chuva.

O movimento aumentou, em janeiro, na loja do empresário Antônio Carlos. Ele conta que as vendas de guarda-chuva e sombrinhas cresceram 70%. 

“Nessa época do ano tem chovido bastante. O francano vê uma nuvem preta no céu e já compra um guarda-chuva, o que é muito bom”, diz.

Gerente de um estabelecimento comercial, Ana Cristina Faleiros conta que está faturando mais com o tempo chuvoso.

“O movimento está sendo bom, pois a chuva sempre pega o pessoal de surpresa, às vezes, eles estão passeando pelo calçadão, entram na loja e pedem um guarda-chuva para poder ir embora para casa, para pegar o carro. A procura está sendo grande”, confirma.

Fonte: G1


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