FOFOCAS MUSICAIS – O REI LISZT

  • Fofocas Musicais
  • Publicado em 26 de julho de 2019 às 09:23
  • Modificado em 8 de abril de 2021 às 14:23
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Há exatos 208 anos nascia um grande homem!

O REI LISZT

No próximo dia 31 de Julho é aniversário de morte de Franz Liszt. Mas digamos que é um aniversário de vida eterna porque somos eternos. Faz 133 anos que este corpo se foi, mas sua alma permanece viva! Ainda hoje pianistas do mundo inteiro se desafiam para tentar tocar suas peças dificílimas, mas especialmente exigem que se conheça o caráter deste grande homem para poder chegar perto da interpretação real.

Vamos ao Liszt criança primeiramente. Os pais tiveram uma sensibilidade extrema ao darem uma educação musical de qualidade a este gênio. Família simples, o pai era administrador das propriedades do príncipe Estherhazy na Hungria, tocava violoncelo e deu a seu filho Franz Liszt as primeiras orientações musicais. Incentivou-o aos estudos de piano, deu toda a motivação necessária para que o garoto evoluísse. Veja a importância dos pais na Educação!!!

Não bastasse isso, pediu ao príncipe que o dispensasse dos serviços e lhe desse uma carta de recomendação, e que ele pudesse vender o pedaço de terra que recebera dos Estherhazy para se mudarem para a Áustria, Viena, onde teria aulas com Carl Czerny, o melhor professor de técnica pianística da época, também compositor. Adam Liszt então aluga um quarto em Viena, compra um piano para o filho e a família se instala ali investindo na Educação Musical desta criança. Prioridades! Imagine… Poderia almejar mais terras, mais propriedades, mais riquezas, tinha todo o apoio do Príncipe, mas não… Fez escolhas. Escolheu dar Educação Musical ao filho.

Uma criança que recebe este ensinamento, este exemplo, esta doação irrestrita à sua aptidão, só poderá se tornar um grande! Educar a alma. Ouvir o coração!

E Liszt foi Grande não somente no piano. Ele foi agregador de músicos, incentivador de novos talentos musicais, criador dos famosos Masterclasses, porque tantos alunos queriam ter aulas com ele, que por não ter mais horários, criou a forma que persiste até hoje dos masterclasses.

Mãos de Liszt

Liszt doava a renda de alguns concertos às vítimas das tragédias, enchentes e catástrofes. Foi Grande em todos os sentidos. Sua música percorreu todo o século XIX passando por vários estilos até chegar ao final da vida se tornando abade com lindas composições sacras. Ouça o Pai Nosso, que coisa espetacular!

Liszt foi mal compreendido pela sociedade por ser excêntrico. Ora, esta palavra que parece ser pejorativa é um grande elogio. Todo aquele que se aprimora no que faz, se joga na dedicação ao trabalho, à sua missão, e a tudo o que se propõe a fazer para deixar algo para a humanidade, tem que ter excentricidade. Jamais poderá ser um ser comum, senão faria parte da massa e apenas passaria pela vida sem nada deixar de eterno. De comuns o mundo está repleto. Seres únicos e que fizeram e ainda fazem a diferença no mundo são poucos, digamos que são os escolhidos. Introspectivos para que deem asas à inspiração. Voluntariosos porque não se prendem às questiúnculas mundanas e isso os irrita, passionais às vezes porque o coração fala muito alto e ouvem sua voz clamando, mas seres escolhidos por Deus para fazer a humanidade melhor. Deixem os excêntricos em paz! São os preferidos de Deus, se é que posso dizer assim.

Como há muito o que se dizer de Franz Liszt, vou apenas homenageá-lo próximo ao dia 31 de Julho falando de sua infância e da data em que ele se despediu desta veste para se tornar eterno.

Falando em veste, Liszt se tornou abade, depois de tentar se casar com Caroline Wittgenstein e a igreja colocar todos os empecilhos, pois ela era divorciada e fugitiva da Rússia, deixando sua fortuna toda no país para poder se unir a Liszt. Ela se mudou para Roma para pedir uma audiência com o Papa Pio IX para pedir autorização para se casarem.Esperou 9 meses pela audiência e quando conseguiu a autorização, veio uma ameaça da Rússia, dizendo que ela havia fugido do país deixando toda sua fortuna e terras para o ex-marido, no intuito de conseguir a liberdade.

Quando Liszt se tornou abade, foi designado a ele algumas funções na igreja : leitor, porteiro, e EXORCISTA. Imaginem o que isso significou para esta alma… O Papa visitava os aposentos de Liszt que continha apenas o necessário para sobreviver, e claro, um piano, mas em precárias condições. Mesmo assim o grande homem compunha. E penso eu, que o Papa admirando suas composições e indo várias vezes a seus aposentos para ouvi-las, percebeu que estas músicas afastavam qualquer mal. E com isso, ele foi designado exorcista para que através de sua música pudesse eliminar o mal por onde passasse. Peço a você que lê este relato, que ouça Liszt , mas ouça com todas as suas células e veja o que causa em seu coração.Comece pela “ Bençãos de Deus na Solidão”.

E pra finalizar, falando em solidão, Liszt teve alguns períodos de reclusão, penso que o artista precisa do silêncio. Alguns silêncios duram poucos, outros duram anos.

E falando nisso, me lembrei de uma música de Beto Eliezer, intitulada O BARULHO QUE O SILÊNCIO FAZ , que retrata algo semelhante ao que Liszt sentia em seus períodos de reclusão. Vale a pena conferir também. O BOX SET com 96 músicas chama-se LISZTEN TO BETO ELIEZER – ele faz uma homenagem a Franz Liszt .

FRANZ LISZT VIVE !SUA MÚSICA VIVE! Tudo o que tem alma é eterno!

Homenageio-te Franz Liszt pela sua VIDA ETERNAMENTE MUSICAL!

OBRIGADA PELAS SUAS MÚSICAS QUE ECOAM NO SEMPRE!

*Esta coluna é semanal e atualizada aos domingos.


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