Família carente tem que esperar dois dias pela liberação de um corpo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de julho de 2018 às 11:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:53
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Ex-vereador acusa Prefeitura de descaso com familiares de morto: “era preto e pobre”

​No sábado, às 23h50, morreu em Franca o senhor José Hernanes, morador na Vila Santa Terezinha. A família dele, um pai de cinco filhos e homem de poucas posses, não tinha condições de fazer o seu sepultamento. Nesses casos, os trabalhos são custeados pela Prefeitura.

Entretanto, a funerária, para poder fazer o serviço, precisava da assinatura de uma assistente social da Prefeitura dando a autorização. O problema é que o expediente é encerrado na sexta-feira, às 17 horas, e só volta na segunda-feira, não tendo a profissional para fazer a autorização em questão em um sábado à noite..

O caso foi trazido a público pelo radialista Marcelo Valim. Segundo o ex-vereador, ocorreu um grande descaso com José e seus familiares. 

“É um homem simples, que a mídia não tem interesse em divulgar. Falei com o genro do prefeito Gilson, o Rodrigo, e passei o caso para ele. Pobre também é gente e necessita de ajuda. Olha que descaso: ele ficou na geladeira do Serviço de Verificação de Óbito até a segunda-feira, quando a assistente social assinou a autorização”, disse.

Valim disse ainda que José não recebeu um tratamento digno pela administração municipal. “Ele era preto e pobre. Parece que pobre e preto não tem vez. Ele deixou a família em situação pior ainda. Agora são cinco filhos dependendo da mãe. Ninguém pode despedir dele, porque saiu do SVO e foi direto para o sepultamento”, criticou.

Para o ex-vereador, o mínimo que a Prefeitura pode fazer é colocar uma assistente social de plantão em feriados e finais de semana. 

“Fizeram um discurso do prefeito simples, coitadinho, da humildade, daquele que faz. Só que até agora nada disso estamos vendo. Vamos ajudar os pobres também, que são pessoas, são seres humanos”, reivindicou o radialista.


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