Facebook já removeu um bilhão de contas falsas antes das eleições

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de setembro de 2018 às 19:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:00
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Um “limpa” aconteceu em vários países, incluindo o Brasil, em meio aos esforços contra interferência eleitoral

O fundador e presidente do Facebook,
Mark Zuckerberg, afirmou nesta quinta-feira, 13 de setembro, que, em seis
meses, a plataforma removeu um bilhão de perfis falsos, como parte de um
esforço da companhia para evitar interferência em eleições mundo afora através
da rede social.

Em nota publicada em seu perfil no
Facebook, Zuckerberg delineou uma série de medidas tomadas por sua equipe para
proteger a plataforma de pessoas que “abusam de seus serviços” por
meio de campanhas de desinformação e de manipulação visando interferir em
processos eleitorais. “Um de nossos esforços mais importantes é encontrar
e remover contas falsas”, disse o empresário. “Com avanços na técnica
de machine learning (aprendizado de máquina), construímos sistemas que
bloqueiam milhões de contas fakes todos os dias.”

Entre outubro de 2017 e março deste
ano, foram 1 bilhão de perfis removidos no total. Segundo Zuckerberg, a grande
maioria deles foi deletada minutos após terem sido criados, “antes que
pudessem fazer algum mal”. “Os números são tão altos porque nossos
adversários usam computadores para criar contas falsas em massa. E enquanto
estamos melhorando rapidamente nossa capacidade de detectá-los e bloqueá-los,
ainda é muito difícil identificar os autores mais sofisticados”,
argumentou. “São sofisticados e bem financiados. Eles não vão desistir e
vão continuar evoluindo.”

Diante desse desafio, o Facebook tem
multiplicado o número de funcionários que trabalham no setor de segurança e
proteção, passando de 10 mil pessoas no ano passado para mais de 20 mil
contratados neste ano, informou o presidente da companhia.

Segundo ele, esses perfis falsos
costumam interagir em postagens ou eventos criados por contas legítimas, gerando
a impressão de que elas possuem um apoio muito maior do que realmente têm.

Como exemplo, Zuckerberg contou que a
plataforma identificou e removeu recentemente uma série de perfis falsos
envolvidos na promoção de um evento legítimo no Facebook, acerca de um
protesto, alegando que eles participariam do ato e incentivando outros a
fazerem o mesmo.

O empresário ainda voltou a admitir
que a empresa não foi capaz de conter devidamente os grandes esforços de
influência nas mídias sociais nas eleições americanas de 2016, mas reiterou que
“hoje o Facebook está melhor preparado para esse tipo de ataque”.

Campanhas de desinformação foram
descobertas em vários países, entre eles o Brasil. “Nós derrubamos
recentemente uma rede de contas no Brasil que estava escondendo sua identidade
e espalhando desinformação antes das eleições presidenciais do país em
outubro”, escreveu.

Ele provavelmente se referia a uma
rede composta por 196 páginas e 87 perfis pessoais, que foi retirada do ar em
julho deste ano por violar as políticas de autenticidade da companhia – as
normas da plataforma ditam que ela não pode ser usada por identidades falsas ou
para a disseminação de spams e fake news.

Em nota divulgada na época, o
Facebook disse que essas contas “escondiam das pessoas a natureza e a
origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar
desinformação”. Entre os envolvidos estavam páginas ligadas a apoiadores
do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e ao Movimento Brasil Livre
(MBL).


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