“Semeador de Novos Tempos” conta a vida de Fábio de Salles Meirelles

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 16:32
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:04
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O prefácio foi escrito pelo governador Geraldo Alckmin, e o posfácio pelo economista Antonio Delfim Neto

Desde o último 5 de dezembro, já está no mercado o livro que retrata a vigorosa, brilhante e rica vida de Fábio de Salles Meirelles, presidente do sistema Faesp/Senar-SP.

Para quem acha que já conhece tudo sobre a vida deste agropecuarista e líder empresarial, prepare-se para descobrir novidades sobre o filho, esposo, pai, político e líder nas mais de 200 páginas do livro Fábio Meirelles, Semeador de novos tempos.

O lançamento aconteceu por iniciativa do empresário Mario Garnero, amigo de Fábio Meirelles desde a época do desenvolvimento do ‘carro a álcool’, que promoveu a sessão de autógrafos durante almoço debate com governador Geraldo Alckmin sobre o Agronegócio Paulista.

Promovido pelo Global Council Sales and Marketing (GCSM0, o evento reuniu cerca de 400 pessoas, entre lideranças empresariais, governamentais, militares, amigos e familiares.

A obra surgiu de uma antiga cobrança de amigos e pares, junto aos filhos dele, para publicação de sua história, considerada por todos, um legado não somente para o setor do agronegócio, mas para todo Brasil.

Toda renda obtida com comercialização do livro será revertida para as Santas Casa de Misericórdia de Franca e de São Paulo.

Os irmãos decidiram então que a honrosa incumbência seria dada ao quinto filho de Ivelle e Fábio Meirelles, Thyrso Meirelles que, desde bem cedo, aos 17 anos, já acompanhava mais de perto a trajetória do pai como empresário e líder agropecuário.

Segundo ele, teve a dupla vantagem de relatar essa rica história pessoal com os olhos de filho e, ao mesmo tempo, como observador atento das atividades do pai – a quem chama, por respeito e admiração, de Dr. Fábio.

Thyrso afirma que o livro Semeador de Novos Tempos é apenas uma parte desta história, de muitas outras que certamente serão escritas.

“Mas é uma parte importante para mim, porque me deu a oportunidade de conhecer em profundidade este homem de fé e de valores irretocáveis e de relatar isto para a posteridade”.

Na parte inicial do livro está o relato da origem de Fábio Meirelles, a genealogia portuguesa, os núcleos familiares, sua infância em Ribeirão Preto e sua formação, a semente da vida rural, os primeiros empregos, a mudança para a capital, o casamento com Dona Ivelle, também de ilustre origem lusitana, e o nascimento dos filhos.

Em seguida, o autor traça a longa e rica trajetória do pai como político e líder do setor rural, com base em sua memória, em pesquisas e em depoimentos de pessoas próximas.

A obra se completa com a descrição mais pessoal de um Fábio Meirelles, que poucos conhecem: o pai, o avô e o bisavô, as ideias particulares do político, do empreendedor e líder de um setor econômico no estado mais poderoso do Brasil.

Thyrso faz questão de afirmar que o livro foi concebido com ideias e sugestões valiosíssimas de muitas pessoas queridas, ao longo de muito tempo.

Ou seja, não são apenas suas memórias e as incontáveis conversas com Dr. Fábio que se encontram no livro.

Somam-se a essas, depoimentos valiosos do governador Geraldo Alckmin (prefácio), do economista Antonio Delfim Neto (posfácio), José Renato Nalini, Iris Rezende, Ronaldo Caiado, Carlos Sperotto, Ágide Meneguette, deputados Duarte Nogueira e Mendes Thame, Laudo Natel, Abram Szajman, Paulo Skaf, Alencar Burti, Lázaro Brandão, Mario Garnero, Romeu Chap Chap, Monsenhor Clá, Ives Gandra Martins, Sebastião Campanaro, Sebastião Astolfo Pimenta Filho, entre outros.

O resultado é um perfil real e humano, que dá a verdadeira dimensão do Dr. Fábio e de seu papel na história recente do país.

“Quero agradecer a todos que se dispuseram a me ajudar nesta jornada em nome de minha mãe, Ivelle Meirelles.  Seu conhecimento, sabedoria, orientação e discernimento foram guias mestres fundamentais e deixaram este relato à altura do Dr. Fábio Meirelles, um semeador sem igual”, finaliza Thyrso.

Segue um trecho do livro:

Essa fazenda, implantada pelo bisavô dele, o capitão João Eduardo Ferreira, “nos idos de 1850”, faz parte de sua história. Foi dali que ele saiu, aos 19 anos, para uma festa de São João em Restinga, onde viu pela primeira vez a menina Ivelle, de treze anos, e decidiu que um dia se casaria com ela. Foi ali que ele tomou gosto pela vida no campo, pela agricultura e pela criação de animais. Foi também na Boa Esperança do Salles que ele percebeu que possuía uma conexão vital com a natureza, com o meio ambiente. Ele conta que tinha apenas dezenove anos de idade quando, em 1947, a avó Francisca Ferreira de Salles e os outros integrantes da família transferiu a ele a condução da fazenda. “Ainda hoje, em Restinga, essa propriedade é conhecida como a Fazenda do Coronel Salles, Joaquim de Salles, meu avô. Num tempo em que ninguém falava em meio ambiente e preservação da natureza, aqui foi mantida a mata virgem original, uma reserva que não tem preço”, afirma meu pai. Ele diz que a Boa Esperança chegou a ter meio milhão de pés de café, um grão pesado, graúdo, que rendia mais do que se conseguia em outras lavouras. “Além do café, meu pai, Severino, implantou aqui uma cultura de batata e chegou a colher mais de 30 mil sacas em um ano. Ele conseguiu levar água a uma distância de três quilômetros e meio, num declive natural. Era uma fazenda muito produtiva mesmo, e foi só abandonar o café e as outras culturas para a mata voltar sozinha e ficar do jeito que está hoje”, conta meu pai.

Uma coisa que lhe dá particular orgulho é o esforço de seu pai em disseminar na região da Restinga o apego à educação, num período em que ir à escola nas zonas rurais era um luxo ao alcance de poucos. Mesmo tendo de se dedicar ao consultório dentário e à ampliação da fazenda, Severino conseguia encontrar tempo para praticamente exigir que os trabalhadores e seus filhos se alfabetizassem, com apoio integral de minha avó, dona Georgina. Meu pai conta que isso começou na década de 1930 e não parou mais, tornando a Boa Esperança diferente das outras também nesse aspecto. Formada pelo seu bisavô, João Eduardo Ferreira, e desenvolvida pelo avô Joaquim de Salles, a fazenda foi depois ampliada pelo pai dele, Severino Tostes Meirelles. Com meu pai, portanto, a Boa Esperança já está na quarta geração da família, e assim deve continuar. Hoje, minha irmã Thaís é quem mora na fazenda e a dirige, para orgulho dos meus pais, mantendo a tradição por cinco gerações.

Sempre que pode meu pai vai à fazenda. Tira o paletó e a gravata, monta em seu cavalo, dá uma volta pelos campos, corta lenha para abastecer o velho fogão. Depois respira fundo e desfruta toda aquela beleza e tranquilidade, enquanto rememora histórias de seus antepassados e de sua infância. Ainda mais significativo, lembra que foi ali que tudo começou – tudo, no caso, significando inclusive sua posição atual, como presidente da Faesp. Pois é isso mesmo: a origem dessa longa relação de Fábio Meirelles com a Faesp se encontra ali em Restinga, no tempo em que ele vivia na Fazenda Boa Esperança.

Sobre o autor:

O paulistano Thyrso de Salles Meirelles é economista, administrador de empresas, jornalista, presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e secretário executivo do Conselho Deliberativo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP). Foi diretor da Faesp, presidente do Sindicato Rural de Sertãozinho, secretário de Administração e Finanças e secretário da Indústria, Comércio e Agricultura de Sertãozinho, coordenador da comissão que criou a Associação dos Municípios Sucroalcooleiros do Estado de São Paulo, conselheiro do Sebrae-SP, assessor do Programa Executivo do Álcool no Estado de São Paulo e membro da Câmara da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Integrou o Conselho da Transparência Pública e Combate à Corrupção da Controladoria Geral da União, coordenou projetos da Faesp e da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo e participou dos estudos para a implantação do projeto do Hidroanel Metropolitano.


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