Exportações de café solúvel brasileiro recuaram 12,4% no primeiro semestre

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 23 de julho de 2017 às 12:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:16
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Diminuição de clientes é resultado de contratos não fechados ano passado

​As exportações brasileiras de café solúvel caíram 12,4% de janeiro a junho deste ano, em relação ao mesmo período de 2016, devido a perda de clientes. 

A informação foi divulgada em relatório mensal produzido pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), na última quarta-feira (19). 

Foto: Lucas Albin/Agência Ophelia

De acordo com o levantamento, a diminuição no número de clientes é resultado de contratos que deixaram de ser fechados a partir do segundo semestre do ano passado, no auge da crise de preços e abastecimento de conilon para a indústria e o período de renovações de contratos entre empresários brasileiros e os compradores internacionais. 

No final de 2016 e início de 2017 o país enfrentou problemas com o abastecimento do café conilon no mercado, ocasionando uma espécie de “mal-estar” entre os produtores e a indústria, que chegou a solicitar a importação de café verde do Vietnã. 

O Espírito Santo, principal produtor do grão, sofreu com os problemas climáticos na safra passada, que afetou as lavouras do estado e diminuiu, drasticamente, o rendimento da espécie. 

Para a Abics, se essa tendência de baixa permanecer no decorrer da safra 2017/2018, as exportações devem voltar a patamares de 2014, com redução aproximada de 500 mil sacas nos embarques do produto, cenário que “engoliria” todo o trabalho positivo alcançado em 2015 e 2016, quando foi registrado um crescimento de 11% após oito anos de estagnação.

“No ano passado, os embarques de café solúvel brasileiro bateram recordes históricos em volume e faturamento”, informou o relatório. 

No entanto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acredita em uma pequena recuperação na produção de conilon neste ciclo. 

A instituição aponta que o Brasil fabricará 10,14 milhões de sacas neste ano, com um crescimento de 26,9% sobre a safra 2016. O Espírito Santo terá participação de quase 60% nesse volume colhido.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel, uma colheita de conilon ligeiramente superior no Espírito Santo aliada a uma possível demanda menor de cafés robustas por parte das torrefações, as quais, devido às recentes dificuldades de abastecimento trocaram o conilon pelos arábicas em seus blends, pode proporcionar um cenário de regularidade de oferta de conilon para as fábricas de solúvel. 

Assim, “mantendo-se os preços internos próximos aos patamares das cotações internacionais, não haverá necessidades de importação”. 


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